Este site é um repositório de textos que encontrei nos meus estudos sobre criação de canários, especialmente da raça Gloster.
quarta-feira, 3 de outubro de 2012
Perguntas e respostas sobre doenças de pássaros de goiola
1. Podemos tratar preventivamente a coccidiose?
O melhor elemento na prevenção da coccidiose é a higiene. Há vários programas de prevenção pelo uso contínuo de produtos homeopáticos. As empresas Arenales Fauna e Flora (http://www.arenales.com.br/) e Vida Animal (http://www.vidaanimal.far.br/) oferecem opções nessa linha de tratamento.
Um protocolo muito adotado pelos criadores de silvestres é o emprego preventivo de produtos à base de metilclorpindolo, como o Coccidex da Aarão ou o Coccinon da Angercal consorciados com emprego de simbióticos na alimentação.
Um protocolo bastante eficiente consiste no emprego de 2 cápsulas de Coccidex por litro de água, durante 10 dias seguidos, em quatro tratamentos anuais, consorciado com o emprego de Organew da Vetnil, na farinhada.
O metilclorpindolo, presente no Coccidex, é um coccidiostático, interferindo na reprodução dos coccídeos, reduzindo o nível de infestação e permitindo o desenvolvimento da imunidade ativa pelo organismo do pássaro. O uso continuo de simbióticos irá mobiliar a microbióta intestinal com organismos vivos não nocivos, reduzindo a possibilidade de instalação de agentes patógenos.
Uma observação importante é que, no caso de um quadro agudo de coccidiose, o metilclorpindolo não deverá ser mais a primeira escolha de tratamento, pela possibilidade de desenvolvimento de resistência.
2. Minha fêmea bota 3 ovos mas sempre o terceiro com a casca mole. Como posso corrigir isso?
Muitas podem ser as causas da má formação da cascas dos ovos. Nesse caso específico, parece faltar cálcio para a formação da casca. O correto balanceamento da dieta, com o fornecimento cálcio, fósforo e vitamina D em níveis adequados é fundamental para a correta formação dos ovos.
Como medida paliativa emergencial pode ser adicionada uma pitada de bicarbonato de cálcio na água de bebida, a partir da primeira gala até a postura do último ovo. Esse procedimento elevará a concentração plasmática de cálcio, facilitando a sua deposição na formação da casca.
3. Meus filhotes estão morrendo antes de sairem do ninho. Notei pequenas manchas amareladas no abdomem. Qual é o problema?
As manchas amareladas parecem evidenciar restos de gema não absorvidos no desenvolvimento do embrião. É provável a mycoplasmose nos reprodutores. O diagnóstico somente pode ser comprovado por exame necrológico e cultura de material em laboratório. Emergencialmente, pode ser ministrado Nalit Baby, da Angercal, 1g em 50 mL da água de bebida durante os oito primeiros dias de vida dos filhotes.
Comprovado o diagnóstico, provavelmente a indicação será tratar o plantel com Linco-Spectin, da Pfizer, 3 mL por litro de água, durante 6 dias.
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4. Meu pássaro prendeu a anilha no porta-frutas e está com a canela e o pé feridos. Como tratar?
Costumamos empregar nos casos mais graves, o Cort-Trat, da SM, destinado aos caninos e felinos, cujo princípio ativo é a Dexametazona, usando ¼ de comprimido em 50 mL de água, por, no máximo, 3 dias seguidos.
Para uso tópico, nossa primeira opção é a pomada de uso humano, Queimalive, da Cifarma.
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5. Tenho uma fêmea de azulão que está perdendo as penas na nuca e nas costas. A falha está aumentando e eu já pinguei ivomec e não melhorou. O que posso fazer?
O melhor é procurar um veterinário para colher material do local e examinar em laboratório. Se não houver essa disponibilidade, a nossa primeira escolha seria o Frontline, Spray, da Merial, destinado ao combate de pulgas em cães. O produto tem como principio ativo o Fipronil, bastante seguro para pulverização em pássaros. Tendo o cuidado de não borrifar sobre comedouros e utensílios.
Se não houver melhora, poderá ser ministrado Cetoconazol solução oral, também destinada aos cães. Uma gota em 50 mL de água durante 30 dias.
6. A Ivermectina é o vermifugo mais indicado para os pássaros?
O melhor vermífugo é sempre o específico para a infestação, indicado pela analise laboratorial de fezes colhidas.
A Ivermectina é um potente anti-parasitário, com ação eficaz sobre Nematóides (vermes redondos) e artrópodes (ácaros, piolhos e outros insetos), muito empregada na avicultura de gaiola.
Nos casos de quarentena de pássaros chegados ao criatório, sempre iniciamos o tratamento pelo emprego da Ivermectina (G-Tróx da Aarão) em dois tratamento intervalados por 8 dias. Ministramos após uma semana o Mebendazole, efetivo contra os Cestóides (vermes chatos), também em dois tratamentos intervalados por 10 dias.
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7. Tenho perdido muitos filhotes de curió e um amigo mais experiente observou que estão com a doença da pinta preta no lado direito do abdomem. O que devo fazer?
A mancha escura que você observou na lateral direita do abdome dos filhotes é, provavelmente, a vesícula biliar aumentada, e (ou) o próventrículo aumentado por acumulo de alimentos não digeridos, podendo refletir Salmonelose ou (e) Colibacilose.
Emergencialmente, você poderá ministrar para as ninhadas, Clavulin (250mg), medicamento de uso humano que associa AMOXICILINA+CLAVULANATO. A solução oral é fornecida em pó, para ser hidratada pelo usuário. Não a hidrate. Ministre uma pitada do pó, com volume semelhante ao de um grão de arroz com casca, em 50 mL de água, por 8 dias.
Procure um veterinário para a avaliação das matrizes. Essa ocorrência é comum em planteis imunossuprimidos, normalmente com aves portadoras crônicas de Mycoplasmose.
8. Minha fêmea de bicudos está ficando com as penas do peito molhadas e desarrumadas. Os filhotes estão com 5 dias. Acho que é a doença do suor das fêmeas. Como posso tratar?
As fêmeas de bicudo, como outros pássaros, não suam. Os filhotes têm diarréia e suas fezes umedecem a plumagem do peito das fêmeas.
Os filhotes quando nascem não apresentam flora intestinal. A colonização intestinal é lenta e gradual pela flora benéfica. Evidentemente que bactérias patogênicas, quando conseguem localizar-se no tubo digestivo destes filhotes, encontram terreno propício à proliferação causando diarreias.
O uso de probióticos nas farinhadas auxilia na prevenção das diarréias de ninho. Devido a grande resistência bacteriana aos principais medicamentos empregados na avicultura de gaiola, a coleta de matéria para exame laboratorial e antibiograma é importantíssima.
Na impossibilidade, a associação de 5 gotas de Neocolin, da Vansil, com 8 gotas de R-Trill, da Aarão, em 50 mL, por 8 dias, têm apresentado excelente resultado.
quarta-feira, 6 de junho de 2012
Padrão do Gloster segundo a FOB
1. ORIGEM
Condado de Gloucester, Grã-Bretanha
2.HISTÓRICO
A origem da raça é bem conhecida, ao contrário da maioria das outras.
Em 1925 dois exemplares foram exibidos no National Show no Cristal Palace e, afortunadamente eles foram reconhecidos como uma nova raça pelo juiz A.W.Smith, já falecido.
Há mais de sessenta anos, ao fazer sua aparição, no tempo em que a raça Crested estava em seu apogeu, o GLOSTER foi objeto de muita polêmica. Muitos criadores daquele tempo relutaram em aceitá-los, considerando-os com maus exemplares do então rei da criação de canários, o Crested. Com incrível persistência, a Senhora Rogerson, e os Srs. A.W.Smith e John Mclay, um notável criador escocês, tornaram-se os pioneiros na criação desse novo e pequeno canário de forma. Enquanto a Senhora Rogerson obteve seus passáros partindo do cruzamento de Rollers de topete com Border de tamanho bem reduzido do plantel de J. H. Madagan, o Senhor Maclay cruzou seus menores Crested, que eram usados como amas para os grandes, com os menores Borders que conseguiu obter com os criadores escoceses. É preciso não esquecer que o Border de 1925 era um pássaro pequeno e de plumagem excelente e deste pequeno "wee gem" e do então considerado o rei da canaricultura, o Crested, se originou o pequeno pássaro que posteriormente passou a se chamar-se GLOSTER, corruptela de Gloucester, nome escolhido pelo juíz que primeiro aceitou, A. W. Smith.
Como toda raça que possui o topete, há exemplares com e sem topete, ou seja, o CORONA e o CONSORT, que apresentam características idênticas, executando-se o topete.
O GLOSTER IDEAL
É um pássaro pequeno, tendendo ao diminutivo.
O tamanho ideal é em torno dos 11 cm.
O topete é rico em penas, redondo, simétrico e perfeitamente aderente à nuca, cobrindo parte do bico e dos olhos. O ponto central de onde se irradiam as penas é um pequeno ponto de no máximo 1 mm de diâmetro.
O CONSORT possui a cabeça redonda sob todos os ângulos, penas longas e sobrancelhas bem evidentes, como devem ser todos os parceiros de pássaros de topete.
O bico é curto e cônico, olhos mais próximos do bico que da nuca, que com uma curva reversa quase imperceptível faz a concordância com o dorso.
O pescoço é curtíssimo e grosso, ligando a cabeça harmoniosamente ao dorso, peito e ombros, o dorso é ligeiramente arredondado, ombros largos, peito amplo com afunilamento pronunciado em direção à cauda (Pião).
A plumagem deve ser compacta, sem frisos ou penas soltas e são aceitas todas as cores, à exceção do fundo vermelho.
A postura se caracteriza por uma inclinação do corpo de aproximadamente 45º com a horizontal.
A cauda é curta, compacta, praticamente alinhada com a parte baixa do dorso.
As asas, também curtas, assentam-se perfeitamente sobre o dorso sem cruzar as pontas que se apoiam sobre a rabadilha.
As pernas que apresentam as coxas invisíveis na plumagem, são implantadas bem atrás do corpo, as canelas curtas com os dedos e unhas perfeitos e delicados, característicos das raças pequenas.
É um pássaro vivo, de movimentações constantes, que deve estar perfeitamente limpo e saudável para que esteja completo o pássaro ideal.
COMENTÁRIOS SOBRE OS ITENS DA TABELA
1. TAMANHO - 20 PONTOS
- Pássaros com 13 cm ou mais devem ser desclassificados. Os nevados sempre se apresentam maiores que os intensos e pássaros intensos grandes devem ser também penalizados com extremo rigor.
- A preferência é sempre, desde que idênticos em todos os outros pontos, pelo pássaro menor
2. CABEÇA/TOPETE - 20 PONTOS
- Topetes elípticos, embora perfeitos, devem ser penalizados com rigor.
- Topetes com falhas ou fendidos, levantados na nuca deixando à vista um área acima de 2mm de diâmetro, implicam em desclassificação do exemplar.
- Topetes planos ou que cubram por demasiado o bico e os olhos devem ser penalizados com rigor.
- Topetes com outra forma que não a circular devem ser penalizados.
- Topetes cujas penas não estejam assentadas acompanhando a forma natural devem ser penalizados com rigor. Topetes em que a parte traseira não esteja aderente à nuca devem ser penalizados, proporcionalmente ao afastamento do padrão.
- Penas com canos, normais em pássaros que estão em fase terminal da muda, devem ser penalizados, porém, de acordo com a quantidade delas. A cabeça faz parte do julgamento neste item, e deve ser analisada em suas partes aparentes da mesma forma que o é no CONSORT.
- Cabeças proporcionalmente pequenas devem ser penalizadas com rigor, assim como os pássaros de faces pontiagudas (pouca bochecha). Cabeças sem a elevação da fronte, topo plano, nuca arredondada destacando-se por demais da linha do dorso, olhos mal posicionados ou bico desproporcional devem ser penalizados proporcionalmente à deficiência.
- Ponto central de tamanho maior que o permitido deve ser penalizado com rigor de acordo com o tamanho do círculo calvo, acima de 2mm de diâmetro devem ser desclassificados. Pontos transformados em linha ou outras figuras devem ser penalizados com rigor. Pontos deslocados em relação ao centro do topo da cabeça devem ser penalizados de acordo com a importância da deficiência. A ausência dos cílios deve ser penalizada com rigor. Quando presentes, a penalização deve ser proporcional à deficiência na apresentação dos cílios.
- Nuca perfeitamente alinhada com o dorso deve ser penalizada. Pescoço fino ou comprido devem ser penalizados com rigor
- A linha do peito deve ser analisada em relação ao padrão. Peitos retos,dorsos corcundas ou côncavos, ombros, corpo muito comprido, asas cruzadas devem ser penalizados neste item, proporcionalmente à deficiência.
- Pássaros compridos e finos devem ser penalizados com extremo rigor, principalmente os nevados.
- A plumagem deve ser compacta. Pássaros com penas soltas que modifiquem o contorno externo devem ser penalizados, proporcionalmente às deficiências.
- Pássaros com fachos muito pronunciados devem ser penalizados com rigor. Quistos na plumagem implicam em desclassificação.
- Pássaros cuja posição seja nitidamente superior ou inferior aos 45º com a horizontal devem ser penalizados. Os pássaros de topete algumas vezes ficam um pouco mais elevados, principalmente quando o topete cobre grande parte dos olhos, o que deve ser penalizado no item referente.
- Pássaros que se situam na horizontal ou próximo à vertical devem ser penalizados com extremo rigor.
6. CAUDA - 5 PONTOS
- Caudas compridas ou abertas devem ser penalizadas.
- Caudas caídas ou levantadas devem ser penalizadas com rigor.
7. PERNAS E PÉS - 5 PONTOS
- Pernas implantadas muito à frente devem ser penalizadas com extremo rigor.
- Canelas longas devem ser penalizadas com rigor.
8. CONDIÇÃO GERAL - 5 PONTOS
- Pássaros sujos na plumagem, com escamas nos pés ou canelas e pássaros letárgicos devem ser penalizados.
Resumo Técnico da Raça GLOSTER
1. Tamanho - 20 pontos
O menor possível, sendo o ideal em torno dos 11cm
2. Topete/Cabeça - 20 pontos
Topete (corona): bem redondo e cheio com pontos central o menor possível, aderente à nuca. Olhos visíveis, bico cônico e pequeno.
Cabeça (consort): bem redonda e larga com penas longas e sobrancelhas bem evidentes.
3. Corpo/Forma - 20 pontos
Pescoço largo, separação cabeça/corpo invisível.
Peito bem largo, redondo e cheio, sem proeminências. Dorso bem cheio ligeiramente arredondado.
4. Plumagem - 15 pontos
Sedosa, compacta, brilhante e com cor natural.
5. Posição - 10 pontos
Altiva, aproximadamente 45º vom s horizontal
Movimentação constante.
6. Cauda - 5 pontos
Cauda curta, compacta, no alinhamento do dorso.
7. Pernas e Pés - 5 pontos
Pernas ligeiramente fletidas; com coxas invisíveis, canelas curtas.
8. Condição Geral - 5 pontos
Perfeitamente limpo e saudável.
GAIOLAS:
Tipo canário de cor, com os poleiros redondos com diâmetro de 12mm, alinhados e afastados de 7,5cm
ANILHA:
3,0mm
DEFEITOS DESCLASSIFICANTES:
- Pássaros com topete parcialmente decomposto.
- Pássaros de topete com ponto central com área acima de 2 mm de diâmetro.
- Área calva aparente na nuca.
- Pássaros com tamanho igual ou superior a 13 cm.
sexta-feira, 27 de abril de 2012
A importância do tamanho no Gloster
Tamanho e história do gloster
O pequeno tamanho no gloster sempre foi um aspecto importante ao longo da história de criação deste canário. Inclusive a grande razão para a criação da raça gloster durante o ano de 1920 foi a de produzir um pequeno canário com coroa. Esta foi a razão que levou a fundadora do gloster, Mrs Rogerson, conhecida criadora de Gloucestershire em Inglaterra, a seleccionar tal ave, este não apreciava de todo o tamanho exagerado do canário Crested, e começou a sua busca por um canário pequeno coroado.
Assim o pequeno tamanho tornou-se a linha mestra de selecção para Mrs Rogerson, e deveria ser também o principal aspecto de selecção dos restantes criadores que seguem os seus passos. Podemos assim dizer que é o tamanho do gloster que o distingue do canário Norwich ou Crested e se isto não for tido em conta não existe razão para separarmos este das raças anteriormente citadas.
Nos tempos modernos o tamanho tem sido um dos tópicos mais controversos entre os criadores de glosters. Quando falamos de tamanho, falamos do comprimento desde o bico até à ponta da cauda, no gloster deve ser o mais curto possível, mantendo o corpo, a forma pois actualmente buscamos um canário potente. Durante os últimos 40 anos um grande número de criadores de glosters, fizeram grandes melhorias na criação, surgiram as coroas redondas, longas e com poucas falhas, melhoram-se a cor e a qualidade da plumagem e mais recentemente corpos redondos que dão ao gloster uma distinta e particular forma. No entanto durante este período de rápida evolução, houve períodos em que a raça para evoluir nos pontos atrás assinalados, se descurou ligeiramente a questão tamanho. Por exemplo quando começaram a aparecer os primeiros glosters com coroas cadentes todos os vencedores procuraram trabalhar as mesmas, o que fez com que outras características fossem menosprezadas, incluindo o tamanho.
Esta tendência para dar pouca importância ao tamanho é um problema bem maior se compararmos a Inglaterra com o resto da Europa, criadores do continente, especialmente da Bélgica, sempre tiveram como prioridade o tamanho. Conseguimos ver ainda hoje que essa preocupação continua, com as recentes alterações COM de alocução de pontos com bastante ênfase para com o tamanho dos glosters. Outra grande diferença é que o sistema COM tem como ideal 11,5 cm, enquanto que na Inglaterra tal não existe no nosso standard, que diz simplesmente “tendency to the diminutive”, frase muito aberta a distintas interpretações.
Tamanho e criar bests in show
Quando tentamos criar glosters para vencer exposições, estamos a tentar produzir uma ave com excelente tipo/forma, isto significa ter uma coroa sem faltas, associado a uma boa queda de pena, redonda e com o tamanho apropriado, associado a um pescoço curto e a um corpo redondo e poderoso. Uma ave com todos estes aspectos é um Gloster fantástico! Contudo é muito mais fácil obter todos estes aspectos numa ave maior uma vez que podemos usar plumagens longas e curtas para aumentar cabeça, largura de pescoço e corpo nos nossos casais. È fácil de ver quanto é fácil obter tipo/forma numa ave maior ao analisarmos aves de exposição como por exemplo o Crested ou mesmo o Norwich, bons exemplares destas raças têm cabeças, coroas e pescoços que ultrapassam em muito o que obtemos no gloster, no entanto, tal só é conseguido num conjunto geral maior. Na realidade o que torna difícil a criação do nosso gloster é o facto de tentarmos ter tipo/forma numa ave pequena. Neste aspecto só alguns criadores experientes conseguem produzir glosters pequenos mantendo o tipo/forma e cabeça que todos amamos.
No entanto se permitirmos que aves maiores vençam shows, estamos a fazer com que criação de aves vencedoras seja mais fácil, e de certa forma não estamos a valorizar a habilidade e destreza de certos criadores em combinar tipo/forma num tamanho pequeno.
Se concordamos que é no pequeno tamanho que reside o desafio de criar bons glosters então temos de dar o mérito a esses criadores nas exposições.
Um gloster que seja curto desde o bico à cauda automaticamente parece melhor que uma ave cumprida, isto porque ao ser curto faz com que este pareça mais compacto fazendo com que corpo e pescoço pareçam melhor, mais compactos. No entanto é essencial que seja curtos por natureza, existe uma longa e indistinguível historia à volta de criadores de gloster devido a cortarem caudas de forma a parecem mais curtos. Esta prática é .... uma falta, tal como um centro da coroa deslocado à frente. Ao cortar a cauda o criador está a admitir que não conseguiu combinar tipo/forma e tamanho o suficiente, logo ao cortar a cauda está a tentar bater um colega que produziu uma ave melhor sem recurso a artifícios.
É importante que os juízes tenham a coragem de desclassificar aves que tenham caudas alteradas e mostrar claramente a razão de desclassificação da ave, se o juiz não tomar tal atitude então criadores honestos podem desistir de criar glosters ou começarem também a fazer batota.
O Futuro
No ultimo ano em Inglaterra a mensagem era para que aves grandes vencessem cada vez menos exposições. No entanto, continuam a haver demasiadas aves grandes a bater pequenos glosters que estão mais próximos daquilo que deveríamos procurar na raça. Existem também criadores noutros continentes e na Europa que estão a ficar preocupados com o aumento do tamanho dos glosters nas exposições.
Países como Portugal e Espanha onde a criação do gloster aumentou rapidamente em popularidade são os criadores do futuro, com muitas e excelentes aves criadas que levaram o Gloster para outros níveis. Seria excelente se estes criadores estudassem alguns dos erros cometidos pelos criadores Ingleses nos últimos 40 anos de forma a poderem evitar alguns problemas que possam surgir nos próximos 40 anos.
O pequeno tamanho no gloster sempre foi um aspecto importante ao longo da história de criação deste canário. Inclusive a grande razão para a criação da raça gloster durante o ano de 1920 foi a de produzir um pequeno canário com coroa. Esta foi a razão que levou a fundadora do gloster, Mrs Rogerson, conhecida criadora de Gloucestershire em Inglaterra, a seleccionar tal ave, este não apreciava de todo o tamanho exagerado do canário Crested, e começou a sua busca por um canário pequeno coroado.
Assim o pequeno tamanho tornou-se a linha mestra de selecção para Mrs Rogerson, e deveria ser também o principal aspecto de selecção dos restantes criadores que seguem os seus passos. Podemos assim dizer que é o tamanho do gloster que o distingue do canário Norwich ou Crested e se isto não for tido em conta não existe razão para separarmos este das raças anteriormente citadas.
Nos tempos modernos o tamanho tem sido um dos tópicos mais controversos entre os criadores de glosters. Quando falamos de tamanho, falamos do comprimento desde o bico até à ponta da cauda, no gloster deve ser o mais curto possível, mantendo o corpo, a forma pois actualmente buscamos um canário potente. Durante os últimos 40 anos um grande número de criadores de glosters, fizeram grandes melhorias na criação, surgiram as coroas redondas, longas e com poucas falhas, melhoram-se a cor e a qualidade da plumagem e mais recentemente corpos redondos que dão ao gloster uma distinta e particular forma. No entanto durante este período de rápida evolução, houve períodos em que a raça para evoluir nos pontos atrás assinalados, se descurou ligeiramente a questão tamanho. Por exemplo quando começaram a aparecer os primeiros glosters com coroas cadentes todos os vencedores procuraram trabalhar as mesmas, o que fez com que outras características fossem menosprezadas, incluindo o tamanho.
Esta tendência para dar pouca importância ao tamanho é um problema bem maior se compararmos a Inglaterra com o resto da Europa, criadores do continente, especialmente da Bélgica, sempre tiveram como prioridade o tamanho. Conseguimos ver ainda hoje que essa preocupação continua, com as recentes alterações COM de alocução de pontos com bastante ênfase para com o tamanho dos glosters. Outra grande diferença é que o sistema COM tem como ideal 11,5 cm, enquanto que na Inglaterra tal não existe no nosso standard, que diz simplesmente “tendency to the diminutive”, frase muito aberta a distintas interpretações.
Tamanho e criar bests in show
Quando tentamos criar glosters para vencer exposições, estamos a tentar produzir uma ave com excelente tipo/forma, isto significa ter uma coroa sem faltas, associado a uma boa queda de pena, redonda e com o tamanho apropriado, associado a um pescoço curto e a um corpo redondo e poderoso. Uma ave com todos estes aspectos é um Gloster fantástico! Contudo é muito mais fácil obter todos estes aspectos numa ave maior uma vez que podemos usar plumagens longas e curtas para aumentar cabeça, largura de pescoço e corpo nos nossos casais. È fácil de ver quanto é fácil obter tipo/forma numa ave maior ao analisarmos aves de exposição como por exemplo o Crested ou mesmo o Norwich, bons exemplares destas raças têm cabeças, coroas e pescoços que ultrapassam em muito o que obtemos no gloster, no entanto, tal só é conseguido num conjunto geral maior. Na realidade o que torna difícil a criação do nosso gloster é o facto de tentarmos ter tipo/forma numa ave pequena. Neste aspecto só alguns criadores experientes conseguem produzir glosters pequenos mantendo o tipo/forma e cabeça que todos amamos.
No entanto se permitirmos que aves maiores vençam shows, estamos a fazer com que criação de aves vencedoras seja mais fácil, e de certa forma não estamos a valorizar a habilidade e destreza de certos criadores em combinar tipo/forma num tamanho pequeno.
Se concordamos que é no pequeno tamanho que reside o desafio de criar bons glosters então temos de dar o mérito a esses criadores nas exposições.
Um gloster que seja curto desde o bico à cauda automaticamente parece melhor que uma ave cumprida, isto porque ao ser curto faz com que este pareça mais compacto fazendo com que corpo e pescoço pareçam melhor, mais compactos. No entanto é essencial que seja curtos por natureza, existe uma longa e indistinguível historia à volta de criadores de gloster devido a cortarem caudas de forma a parecem mais curtos. Esta prática é .... uma falta, tal como um centro da coroa deslocado à frente. Ao cortar a cauda o criador está a admitir que não conseguiu combinar tipo/forma e tamanho o suficiente, logo ao cortar a cauda está a tentar bater um colega que produziu uma ave melhor sem recurso a artifícios.
É importante que os juízes tenham a coragem de desclassificar aves que tenham caudas alteradas e mostrar claramente a razão de desclassificação da ave, se o juiz não tomar tal atitude então criadores honestos podem desistir de criar glosters ou começarem também a fazer batota.
O Futuro
No ultimo ano em Inglaterra a mensagem era para que aves grandes vencessem cada vez menos exposições. No entanto, continuam a haver demasiadas aves grandes a bater pequenos glosters que estão mais próximos daquilo que deveríamos procurar na raça. Existem também criadores noutros continentes e na Europa que estão a ficar preocupados com o aumento do tamanho dos glosters nas exposições.
Países como Portugal e Espanha onde a criação do gloster aumentou rapidamente em popularidade são os criadores do futuro, com muitas e excelentes aves criadas que levaram o Gloster para outros níveis. Seria excelente se estes criadores estudassem alguns dos erros cometidos pelos criadores Ingleses nos últimos 40 anos de forma a poderem evitar alguns problemas que possam surgir nos próximos 40 anos.
Por Rob Wright, publicado na Revista O Gloster nº 12
quinta-feira, 19 de abril de 2012
Conselhos para a criação de uma linhagem de alto valor genético
- Adquirir canários de ótima qualidade, nas mãos de um criador que já pratique a consanguinidade há pelo menos três anos. Deverá ter em mente que o objetivo inicial é a estabilização de uma linhagem de elevado valor genético, não a criação de campeões, que poderá demorar algum tempo.
- Não realizar mais do que três criações por ano ou, como alternativa, utilizar amas secas. Os reprodutores devem ser de boa genealogia, saudáveis, férteis e vigorosos.
- Robustez, vigor, fertilidade e saúde deverão estar associadas à beleza estética dos reprodutores.
- Vender, desde que não imprescindíveis, os canários que participaram nas exposições, evitando eventual contaminação patogénica do canaril.
- Adquirir canários de plumagem excelente (cores / qualidade) e ótima posição. Importante ter em mente que as características hereditárias prevalescentes transmitidas pelo macho são a cor e comprimento (tamanho), enquanto que da fêmea herda o tipo; cabeça; forma; constituição.
- Possuir condições de espaço ideais para a quantidade e pássaros que se pretende criar.
- Fixadas as linhagens, criar em circuito fechado, de modo a evitar genes incompatíveis e efeitos negativos. Deve afastar-se o temor absurdo dos efeitos negativos da consanguinidade.
- Somente a correta aplicação da consanguinidade pode dar vida a uma linha de elevado valor genético. Para isso aplicar um dos métodos de cruzamentos consanguineos já conhecidos.
- A consanguinidade é um filtro do património hereditário, fazendo emergir os caracteres positivos e negativos, por isso eliminar do plantel os pássaros com características indesejadas.
- Acasalar somente os canários saudáveis, ferteis, vigorosos, de bela plumagem e o mais próximo do padrão ideal da raça. Para isso é imprescindível conhecer bem o padrão. Adquisição do manual da raça é um ótimo começo.
- A consanguinidade tende a reagrupar o conjunto dos genes positivos semelhantes, isto é, produz homozigotes, ou seja, a pureza dos caracteres selecionados que assumem predominância na linhagem, de modo que tais características sejam menifestas em todos os membros da família.
Retirado e adaptado de http://mundodogloster.webnode.pt/conselhos/
quarta-feira, 18 de abril de 2012
A mutação intenso
Exclusiva do canário, a mutação intenso reveste-se de aspectos de extraordinária raridade e de grande interesse cientifíco. É geneticamente dominante e sub-letal, provavelmente com um aspecto de expressiva variabilidade, e compreende o antigimento pelo lipocromo da ponta da pena, cujas bárbulas são mais curtas. A expressão lipocrômica é muito forte e a forma do corpo é mais leve e esbelta.
O gene responsável por esta mutação é pleiotrópico, ou seja ele influencia várias características do portador. Nos sujeitos homozigotos, as características se exaltam, reduzindo o seu tamanho, com plumagem muito curta e fortíssima expressão do lipocromo.
Existem fortes variações de um indivíduo para outro, podendo ser mais ou menos evidentes os resíduos de nevadismo. Nos machos, a atuação do fator intenso é geralmente mais forte.
Um fenômeno excepcionalmente notável, que permanece sem explicação e que nunca havia acontecido anteriormente, é o fato da categoria nevado (forma ancestral) precisar de cruzamento misto com a mutação intenso. Efetivamente, o sucessivo cruzamento entre nevados é desaconselhado, uma vez que se obtêm todos os filhotes nevados, normalmente de má qualidade, com nevadismo excessivo que pode estender-se às zonas "de eleição", com carência de lipocromo e, por fim, tendência à plumagem muito abundante. Em caso de repetidos cruzamentos entre exemplares nevados, essas características negativas tendem a aumentar.
Na natureza, os canários se reproduzem sempre entre exemplares nevados sem qualquer problema, mesmo porque não há intensos. No entanto, em cativeiro, o mesmo tipo de cruzamento produz os resultados negativos acima citados. Por outro lado, o acasalamento entre exemplares intensos e nevados permite o nascimento de nevados de boa qualidade e equilibrados. Em todas as espécies criadas em cativeiro, a regra geral é que maiores serão o equilíbrio e a vitalidade dos filhotes quanto mais fortes forem as características presentes do tipo ancestral. É realmente difícil explicar esta exceção nos canários!
Infelizmente são poucos os que se aprofundam no problema. Na minha opinião, provavelmente o fenômeno é uma conseqüência induzida pela mutação intenso, que pode ser capaz de induzir outras mutações e de modificar, mesmo que não de forma evidente a própria forma genética.
Um outro problema a ser considerado é por que os nevados resultantes do cruzamento entre intensos e nevados são bons. Acredito que possa ocorrer um fenômeno semelhante ao da heterogênese não transmissível. Os nevados obtidos de acasalamentos entre dois exemplares intensos, nascidos na probabilidade de 25% dos filhotes, geralmente apresentam uma situação de excesso que os faz semelhantes aos obtidos através de cruzamnetos puros. Por outro lado, usando uma fêmea intensa com um macho nevado, obtêm-se em geral, apenas como uma tendênmcia, resultados ligeiramente melhores que os obtidos quando se usam uma fêmea nevada com um macho intenso. A regra é válida tanto para os filhotes intensos quanto para os nevados. Os intensos tendem a apresentar uma melhor intensidade de cor, e os nevados, um ótimo equilíbrio e bom nevadismo.
O gene responsável por esta mutação é pleiotrópico, ou seja ele influencia várias características do portador. Nos sujeitos homozigotos, as características se exaltam, reduzindo o seu tamanho, com plumagem muito curta e fortíssima expressão do lipocromo.
Existem fortes variações de um indivíduo para outro, podendo ser mais ou menos evidentes os resíduos de nevadismo. Nos machos, a atuação do fator intenso é geralmente mais forte.
Um fenômeno excepcionalmente notável, que permanece sem explicação e que nunca havia acontecido anteriormente, é o fato da categoria nevado (forma ancestral) precisar de cruzamento misto com a mutação intenso. Efetivamente, o sucessivo cruzamento entre nevados é desaconselhado, uma vez que se obtêm todos os filhotes nevados, normalmente de má qualidade, com nevadismo excessivo que pode estender-se às zonas "de eleição", com carência de lipocromo e, por fim, tendência à plumagem muito abundante. Em caso de repetidos cruzamentos entre exemplares nevados, essas características negativas tendem a aumentar.
Na natureza, os canários se reproduzem sempre entre exemplares nevados sem qualquer problema, mesmo porque não há intensos. No entanto, em cativeiro, o mesmo tipo de cruzamento produz os resultados negativos acima citados. Por outro lado, o acasalamento entre exemplares intensos e nevados permite o nascimento de nevados de boa qualidade e equilibrados. Em todas as espécies criadas em cativeiro, a regra geral é que maiores serão o equilíbrio e a vitalidade dos filhotes quanto mais fortes forem as características presentes do tipo ancestral. É realmente difícil explicar esta exceção nos canários!
Infelizmente são poucos os que se aprofundam no problema. Na minha opinião, provavelmente o fenômeno é uma conseqüência induzida pela mutação intenso, que pode ser capaz de induzir outras mutações e de modificar, mesmo que não de forma evidente a própria forma genética.
Um outro problema a ser considerado é por que os nevados resultantes do cruzamento entre intensos e nevados são bons. Acredito que possa ocorrer um fenômeno semelhante ao da heterogênese não transmissível. Os nevados obtidos de acasalamentos entre dois exemplares intensos, nascidos na probabilidade de 25% dos filhotes, geralmente apresentam uma situação de excesso que os faz semelhantes aos obtidos através de cruzamnetos puros. Por outro lado, usando uma fêmea intensa com um macho nevado, obtêm-se em geral, apenas como uma tendênmcia, resultados ligeiramente melhores que os obtidos quando se usam uma fêmea nevada com um macho intenso. A regra é válida tanto para os filhotes intensos quanto para os nevados. Os intensos tendem a apresentar uma melhor intensidade de cor, e os nevados, um ótimo equilíbrio e bom nevadismo.
terça-feira, 27 de março de 2012
Siglas dos Clubes filiados à FOB
As imagens abaixo foram extraídas de uma página do Anuário da FOB e apresenta a lista dos clubes ativos filiados em 2012 com as respectivas siglas
Identificação nas anilhas FOB
Essas são as informações que constam nas anilhas FOB:
Sigla da FOB; Código do Criador; Ano de nascimento do pássaro; Sigla do clube, Número do Anel
quarta-feira, 21 de março de 2012
sexta-feira, 9 de março de 2012
Ácaro da traquéia - O Fantasma dos Criadores de Canários
Nomes estranhos como Sternostoma tracheacolum, mais comum, Cytodites nodus ou Psittanyssua e mais uns 30 nomes esquisitos como estes, não assustam tanto o criador de canários quanto ouvir o simples apelido "ácaro de traquéia". Estes são alguns dos tipos desse verdadeiro fantasma para os canaricultores do Brasil e do mundo.
O ácaro de traquéia encontra-se no meio ambiente, alimentando-se de detritos e poeira. Instala-se oportunamente nas vias respiratórias das aves, podendo atacar a traquéia, sacos aéreos, pulmões e até mesmo ossos pneumáticos. Esses ácaros provocam lesões inflamatórias no trato respiratório, provocando irritação e perda da "voz", e em casos extremos pode ocorrer morte por asfixia devido a alta infestação.
O tratamento de eleição para controlar esses ácaros é o uso da ivermectina, administrada de 15 em 15 dias até sanar o problema. Tomar cuidado com a época de aplicação e período de recesso na reprodução, para sucesso no tratamento.
Esses períodos devem ser analisados e determinados pelo veterinário responsável pelo plantel, de acordo com a espécie, condições nutricionais e fisiológicas da ave.
Ao se necropsiar uma ave parasitada por ácaros, encontra-se um quadro de intensa irritação do trato respiratório (pontinhos pretos) desde a traquéia até os pulmões. Essa irritação provoca dificuldade respiratória, queda no sistema imunológico e uma conseqüente instalação de patologias, secundárias (Mycoplasma, bactérias, vírus, fungos) que geralmente são a causa das mortes nas aves. Muitas vezes, mesmo matando o ácaro, as cicatrizes das lesões não permitem uma total recuperação da "voz", e em outros casos não se observam seqüelas.
Levando-se em conta a grande extensão do sistema respiratório das aves, a cronificação dessas infecções secundárias pode tornar-se um problema de difícil solução por atingir os sacos aéreos que estão distribuídos por todo corpo. É fundamental que o veterinário diagnostique e trate essas infecções para evitar a morte do animal.
Esse é o maior erro de todos os criadores, achar que o ácaro é um problema isolado enquanto ele apenas abre portas para infecções mais sérias. A ivermectina apenas mata o ácaro, enquanto a infecção secundária deve receber a terapia específica.
Qualquer terapia não deixa de ser mais um estresse para o animal, de onde devemos concluir que a prevenção continua sendo a melhor via de sucesso na criação. Isto não significa o uso de medicamentos para a prevenção que é praticamente um crime, e sim, cuidados de manejo como alimentação balanceada e contínua (sem mudanças bruscas), ausência de correntes de vento, evitar levantar poeira no criadouro (varrições) e outras formas de estresse conhecidas pelo criador.
Com uma prevenção cuidadosa e a detecção imediata das mais discretas alterações, o fantasma torna-se o que na verdade sempre foi : Nada.
O ácaro de traquéia encontra-se no meio ambiente, alimentando-se de detritos e poeira. Instala-se oportunamente nas vias respiratórias das aves, podendo atacar a traquéia, sacos aéreos, pulmões e até mesmo ossos pneumáticos. Esses ácaros provocam lesões inflamatórias no trato respiratório, provocando irritação e perda da "voz", e em casos extremos pode ocorrer morte por asfixia devido a alta infestação.
O tratamento de eleição para controlar esses ácaros é o uso da ivermectina, administrada de 15 em 15 dias até sanar o problema. Tomar cuidado com a época de aplicação e período de recesso na reprodução, para sucesso no tratamento.
Esses períodos devem ser analisados e determinados pelo veterinário responsável pelo plantel, de acordo com a espécie, condições nutricionais e fisiológicas da ave.
Ao se necropsiar uma ave parasitada por ácaros, encontra-se um quadro de intensa irritação do trato respiratório (pontinhos pretos) desde a traquéia até os pulmões. Essa irritação provoca dificuldade respiratória, queda no sistema imunológico e uma conseqüente instalação de patologias, secundárias (Mycoplasma, bactérias, vírus, fungos) que geralmente são a causa das mortes nas aves. Muitas vezes, mesmo matando o ácaro, as cicatrizes das lesões não permitem uma total recuperação da "voz", e em outros casos não se observam seqüelas.
Levando-se em conta a grande extensão do sistema respiratório das aves, a cronificação dessas infecções secundárias pode tornar-se um problema de difícil solução por atingir os sacos aéreos que estão distribuídos por todo corpo. É fundamental que o veterinário diagnostique e trate essas infecções para evitar a morte do animal.
Esse é o maior erro de todos os criadores, achar que o ácaro é um problema isolado enquanto ele apenas abre portas para infecções mais sérias. A ivermectina apenas mata o ácaro, enquanto a infecção secundária deve receber a terapia específica.
Qualquer terapia não deixa de ser mais um estresse para o animal, de onde devemos concluir que a prevenção continua sendo a melhor via de sucesso na criação. Isto não significa o uso de medicamentos para a prevenção que é praticamente um crime, e sim, cuidados de manejo como alimentação balanceada e contínua (sem mudanças bruscas), ausência de correntes de vento, evitar levantar poeira no criadouro (varrições) e outras formas de estresse conhecidas pelo criador.
Com uma prevenção cuidadosa e a detecção imediata das mais discretas alterações, o fantasma torna-se o que na verdade sempre foi : Nada.
Rodrigo Silva Miguel
médico veterinário (CRMV SP 10.552)
Criador de Aves Ornamentais
médico veterinário (CRMV SP 10.552)
Criador de Aves Ornamentais
quinta-feira, 8 de março de 2012
Ácaros, piolhos e o uso da Ivermectina
[...]
Os ectoparasitas, nas aves, se subdividem em dois grandes grupos de importância: piolhos e sarnas. E os carrapatos?! Também pertence aos ácaros, mas para nós aqui hoje em pássaros não possui muita importância. Esses piolhos e ácaros são subdivididos em chupadores (sangue) ou mastigadores (pena).
Sabendo-se disso vamos entender como funciona a ivermectina. Esta deve ser absorvida pelo organismo seja de forma tópica, oral ou outra via e ser metabolizada no fígado tornando-se ativa. Ela age efetivamente causando uma "paralisia muscular" do parasita e este acaba morrendo de inanição na maioria das vezes. Então já cai a primeira lenda: não adianta usar ivermectina direto em cima do parasita em questão, pois tem que ser metabolizado no fígado da ave.
A segunda lenda é que, como a maioria dos ectoparasitas nas aves são mastigadores, o produto não fará efeito pois a ave esta comendo penas e o não terá contato com o produto. Então meus amigos usar ivermectina e ainda mais de forma indiscriminada para ectoparasitas há grandes chances de errar. E por outro lado vermifugar a ave com o produto vocês já viram na edição passada que é desperdício de tempo e dinheiro.
Vejo milhares de pessoas usando 1 gotinha de ivermectina na coxa ou no bico ou o que é pior, veterinários repetindo e propagando o erro em suas consultas dizendo que estão vermifugando a ave ou que é profilaxia para piolhos... e o pior que as pessoas acreditam e chega ao ponto da pessoa falar que você não vermifugou a ave dela na consulta... putz aí é o fim da picada aí essa pessoa merece ganhar a coletânea da Revista Pássaros para ler e fazer uma lavagem cerebral de conhecimento.
Hoje existem produtos veterinários a base de ivermectina que possui as suas indicações, mas vejo tanta pessoa usar errado aí depois reclama que intoxicou ou que o produto é ruim. O problema está quando e onde usar. Essa é a grande questão. O exemplo clássico é sempre assim: minha ave está se coçando e já usei 1 gotinha na coxa e já usei o produto veterinário e ela continua se coçando e arrancando penas.
A resposta é simples: usar gotinha na coxa não é dosagem e nem terapêutica, isso é curandeirismo e não medicina veterinária preventiva. Segunda: mesmo que tenha usado o medicamento veterinário indicado para aves, registrado tudo certinho, com certeza fez subdosagem. O produto é claro, é 1 gota para 5g de peso da ave. A pessoa quer fazer 3 gotas num Trinca Ferro... aí fica difícil. No mínimo ele vai pesar 70g, o que daria 14 gotas do produto em contato direto com a pele. Outro erro: muita gente não afasta as penas para administrar o produto corretamente. O produto é bom, mas não sabem usar. E por fim, se você fez tudo certo ficará triste agora: a ivermectina não possui ação sobre ectoparasitas malófagos (mastigadores)... ahhh... que triste... eu sei é um choque para todas as pessoas.
Ahh... antes que me esqueça, usar spray mata barata para acabar com piolhos também é pajelança e das brabas mesmo. Eu não sei o que leva uma pessoa a usar um produto que mata barata na sua ave de estimação! Podia usar na cabeça do filho também né!? Depois dessa proponho ate uma pausa para retomar o ar...
Aí sua ave continua se coçando; daí já evolui para automutilação e piora tudo. Outro exemplo é a ave que coça o olho no poleiro. Com quase toda certeza está com sarna. "... Mas o Dr. lá falou que era conjuntivite no meu curió". Pode até ser, mas a causa primária foi pela sarna. Os sinais são claros: irritabilidade, coceira, emagrecimento, etc.
Quando falo muitas vezes para a pessoa que a ave possui piolho ou ácaro ela tira o poleiro e bate no papel branco. Todos já fizeram isso. Todos querem ver o danadinho! Mas neste caso de bater o poleiro só vera piolhos vermelhos que chupam sangue das aves. Nesse sim, a ivermectina fará efeito, assim como nos ácaros que parasitam as vias aéreas principalmente de canários. Mas nem tudo é isso e muitas vezes devem ter uma Micoplasmose associada e cura não é total. Não é tão difícil de uma ave possuir piolhos vermelhos, mas é mais comum quando tem ninho e podem levar a morte rapidamente os filhotinhos.
Então Dr. Felipe, qual o melhor produto ou o mais indicado para esses piolhos ou ácaros que mastigam penas. Logicamente tem que ser um produto por contato. Que mate o ectoparasita quando entra em contato diretamente. Temos hoje produtos em pó ou líquidos. Eu particularmente não uso os produtos em pó pelo risco da ave esfregar o olho nas penas e ingestão do produto. Além do mais você fazer na clinica é uma coisa. A pessoa fazer em casa é totalmente diferente. A pessoa não consegue manusear a calopsita tão bem quanto você e ainda mais colocar produto em pó?! Com certeza vai uma pitada no olho.
Eu prefiro os produtos líquidos, pois além de penetrar facilmente as penas e encharcar rapidamente a ave pode pegar nas mucosas que nada irá acontecer com a ave. Irritabilidade são raras pelo produto. O detalhe é fazer isso em dias quentes e secar a sombra ou ao sol dependendo do produto. Hoje existem produtos naturais muito bons, porém estes devem ser feitos por mais tempo e em intervalos menores de administração. E jamais esquecer que dependendo da espécie mais de 90% dos ectoparasitas está nas instalações do criadouro e gaiola, outro erro crucial.
Toda ave é susceptível a piolhos e ácaros. A melhor maneira de evitar é profilaxia e controle. As mesmas coisas que comentamos sempre: quarentena de aves novas; exames rotineiros e ter um acompanhamento de um profissional especializado.
Meus comentários e conclusões:
Os ectoparasitas, nas aves, se subdividem em dois grandes grupos de importância: piolhos e sarnas. E os carrapatos?! Também pertence aos ácaros, mas para nós aqui hoje em pássaros não possui muita importância. Esses piolhos e ácaros são subdivididos em chupadores (sangue) ou mastigadores (pena).
Sabendo-se disso vamos entender como funciona a ivermectina. Esta deve ser absorvida pelo organismo seja de forma tópica, oral ou outra via e ser metabolizada no fígado tornando-se ativa. Ela age efetivamente causando uma "paralisia muscular" do parasita e este acaba morrendo de inanição na maioria das vezes. Então já cai a primeira lenda: não adianta usar ivermectina direto em cima do parasita em questão, pois tem que ser metabolizado no fígado da ave.
A segunda lenda é que, como a maioria dos ectoparasitas nas aves são mastigadores, o produto não fará efeito pois a ave esta comendo penas e o não terá contato com o produto. Então meus amigos usar ivermectina e ainda mais de forma indiscriminada para ectoparasitas há grandes chances de errar. E por outro lado vermifugar a ave com o produto vocês já viram na edição passada que é desperdício de tempo e dinheiro.
Vejo milhares de pessoas usando 1 gotinha de ivermectina na coxa ou no bico ou o que é pior, veterinários repetindo e propagando o erro em suas consultas dizendo que estão vermifugando a ave ou que é profilaxia para piolhos... e o pior que as pessoas acreditam e chega ao ponto da pessoa falar que você não vermifugou a ave dela na consulta... putz aí é o fim da picada aí essa pessoa merece ganhar a coletânea da Revista Pássaros para ler e fazer uma lavagem cerebral de conhecimento.
Hoje existem produtos veterinários a base de ivermectina que possui as suas indicações, mas vejo tanta pessoa usar errado aí depois reclama que intoxicou ou que o produto é ruim. O problema está quando e onde usar. Essa é a grande questão. O exemplo clássico é sempre assim: minha ave está se coçando e já usei 1 gotinha na coxa e já usei o produto veterinário e ela continua se coçando e arrancando penas.
A resposta é simples: usar gotinha na coxa não é dosagem e nem terapêutica, isso é curandeirismo e não medicina veterinária preventiva. Segunda: mesmo que tenha usado o medicamento veterinário indicado para aves, registrado tudo certinho, com certeza fez subdosagem. O produto é claro, é 1 gota para 5g de peso da ave. A pessoa quer fazer 3 gotas num Trinca Ferro... aí fica difícil. No mínimo ele vai pesar 70g, o que daria 14 gotas do produto em contato direto com a pele. Outro erro: muita gente não afasta as penas para administrar o produto corretamente. O produto é bom, mas não sabem usar. E por fim, se você fez tudo certo ficará triste agora: a ivermectina não possui ação sobre ectoparasitas malófagos (mastigadores)... ahhh... que triste... eu sei é um choque para todas as pessoas.
Ahh... antes que me esqueça, usar spray mata barata para acabar com piolhos também é pajelança e das brabas mesmo. Eu não sei o que leva uma pessoa a usar um produto que mata barata na sua ave de estimação! Podia usar na cabeça do filho também né!? Depois dessa proponho ate uma pausa para retomar o ar...
Aí sua ave continua se coçando; daí já evolui para automutilação e piora tudo. Outro exemplo é a ave que coça o olho no poleiro. Com quase toda certeza está com sarna. "... Mas o Dr. lá falou que era conjuntivite no meu curió". Pode até ser, mas a causa primária foi pela sarna. Os sinais são claros: irritabilidade, coceira, emagrecimento, etc.
Quando falo muitas vezes para a pessoa que a ave possui piolho ou ácaro ela tira o poleiro e bate no papel branco. Todos já fizeram isso. Todos querem ver o danadinho! Mas neste caso de bater o poleiro só vera piolhos vermelhos que chupam sangue das aves. Nesse sim, a ivermectina fará efeito, assim como nos ácaros que parasitam as vias aéreas principalmente de canários. Mas nem tudo é isso e muitas vezes devem ter uma Micoplasmose associada e cura não é total. Não é tão difícil de uma ave possuir piolhos vermelhos, mas é mais comum quando tem ninho e podem levar a morte rapidamente os filhotinhos.
Então Dr. Felipe, qual o melhor produto ou o mais indicado para esses piolhos ou ácaros que mastigam penas. Logicamente tem que ser um produto por contato. Que mate o ectoparasita quando entra em contato diretamente. Temos hoje produtos em pó ou líquidos. Eu particularmente não uso os produtos em pó pelo risco da ave esfregar o olho nas penas e ingestão do produto. Além do mais você fazer na clinica é uma coisa. A pessoa fazer em casa é totalmente diferente. A pessoa não consegue manusear a calopsita tão bem quanto você e ainda mais colocar produto em pó?! Com certeza vai uma pitada no olho.
Eu prefiro os produtos líquidos, pois além de penetrar facilmente as penas e encharcar rapidamente a ave pode pegar nas mucosas que nada irá acontecer com a ave. Irritabilidade são raras pelo produto. O detalhe é fazer isso em dias quentes e secar a sombra ou ao sol dependendo do produto. Hoje existem produtos naturais muito bons, porém estes devem ser feitos por mais tempo e em intervalos menores de administração. E jamais esquecer que dependendo da espécie mais de 90% dos ectoparasitas está nas instalações do criadouro e gaiola, outro erro crucial.
Toda ave é susceptível a piolhos e ácaros. A melhor maneira de evitar é profilaxia e controle. As mesmas coisas que comentamos sempre: quarentena de aves novas; exames rotineiros e ter um acompanhamento de um profissional especializado.
Dr Felipe Bath, veterinário especializado em pássaros
Meus comentários e conclusões:
- Uso da ivermectina não é eficiente para todos os ectoparasitas, mas somente para os chupadores. Então para tratamento de piolhos ou ácaros que mastigam penas, é recomensado usar outro produto, como Kill Red
- O uso mais recomendado da ivermectina é para ácaros na traquéia e piolhos vemelho chupadores de sangue.
- O meio de aplicação correta é por contato com a pele, baseado na posologia indicada na bula.
- A forma mais indicada para administrar ivermectina nos pássaros é através do Allax, cuja posologia é 1 gota a cada 5 gramas de peso vivo, aplicado na parte de trás do pescoço, por baixo das penas (na pele).
- Portanto não é recomensado usar Ivomec pra gado ou ovinos, pelo risco da superdosagem.
quarta-feira, 7 de março de 2012
Tamanho e história do gloster
O pequeno tamanho no gloster sempre foi um aspecto importante ao longo da história de criação deste canário. Inclusive a grande razão para a criação da raça gloster durante o ano de 1920 foi a de produzir um pequeno canário com coroa. Esta foi a razão que levou a fundadora do gloster, Mrs Rogerson, conhecida criadora de Gloucestershire em Inglaterra, a seleccionar tal ave, este não apreciava de todo o tamanho exagerado do canário Crested, e começou a sua busca por um canário pequeno coroado.
Assim o pequeno tamanho tornou-se a linha mestra de selecção para Mrs Rogerson, e deveria ser também o principal aspecto de selecção dos restantes criadores que seguem os seus passos. Podemos assim dizer que é o tamanho do gloster que o distingue do canário Norwich ou Crested e se isto não for tido em conta não existe razão para separarmos este das raças anteriormente citadas.
Nos tempos modernos o tamanho tem sido um dos tópicos mais controversos entre os criadores de glosters. Quando falamos de tamanho, falamos do comprimento desde o bico até à ponta da cauda, no gloster deve ser o mais curto possível, mantendo o corpo, a forma pois actualmente buscamos um canário potente. Durante os últimos 40 anos um grande número de criadores de glosters, fizeram grandes melhorias na criação, surgiram as coroas redondas, longas e com poucas falhas, melhorouse a cor e a qualidade da plumagem e mais recentemente corpos redondos que dão ao gloster uma distinta e particular forma. No entanto durante este período de rápida evolução, houve períodos em que a raça para evoluir nos pontos atrás assinalados, se descurou ligeiramente a questão tamanho. Por exemplo quando começaram a aparecer os primeiros glosters com coroas cadentes todos os vencedores procuraram trabalhar as mesmas, o que fez com que outras características fossem menosprezadas, incluindo o tamanho.
Esta tendência para dar pouca importância ao tamanho é um problema bem maior se compararmos a Inglaterra com o resto da Europa, criadores do continente, especialmente da Bélgica, sempre tiveram como prioridade o tamanho. Conseguimos ver ainda hoje que essa preocupação continua, com as recentes alterações COM de alocução de pontos com bastante ênfase para com o tamanho dos glosters. Outra grande diferença é que o sistema COM tem como ideal 11,5 cm, enquanto que na Inglaterra tal não existe no nosso standard, que diz simplesmente “tendency to the diminutive”, frase muito aberta a distintas interpretações.
Tamanho e criar bests in show
Quando tentamos criar glosters para vencer exposições, estamos a tentar produzir uma ave com excelente tipo/forma, isto significa ter uma coroa sem faltas, associado a uma boa queda de pena, redonda e com o tamanho apropriado, associado a um pescoço curto e a um corpo redondo e poderoso. Uma ave com todos estes aspectos é um Gloster fantástico! Contudo é muito mais fácil obter todos estes aspectos numa ave maior uma vez que podemos usar plumagens longas e curtas para aumentar cabeça, largura de pescoço e corpo nos nossos casais. È fácil de ver quanto é fácil obter tipo/forma numa ave maior ao analisarmos aves de exposição como por exemplo o Crested ou mesmo o Norwich, bons exemplares destas raças têm cabeças, coroas e pescoços que ultrapassam em muito o que obtemos no gloster, no entanto, tal só é conseguido num conjunto geral maior. Na realidade o que torna difícil a criação do nosso gloster é o facto de tentarmos ter tipo/forma numa ave pequena. Neste aspecto só alguns criadores experientes conseguem produzir glosters pequenos mantendo o tipo/forma e cabeça que todos amamos.
No entanto se permitirmos que aves maiores vençam shows, estamos a fazer com que criação de aves vencedoras seja mais fácil, e de certa forma não estamos a valorizar a habilidade e destreza de certos criadores em combinar tipo/forma num tamanho pequeno.
Se concordamos que é no pequeno tamanho que reside o desafio de criar bons glosters então temos de dar o mérito a esses criadores nas exposições.
Um gloster que seja curto desde o bico à cauda automaticamente parece melhor que uma ave cumprida, isto porque ao ser curto faz com que este pareça mais compacto fazendo com que corpo e pescoço pareçam melhor, mais compactos. No entanto é essencial que seja curtos por natureza, existe uma longa e indistinguível historia à volta de criadores de gloster devido a cortarem caudas de forma a parecem mais
curtos. Esta prática é .... uma falta, tal como um centro da coroa deslocado à frente. Ao cortar a cauda o criador está a admitir que não conseguiu combinar tipo/forma e tamanho o suficiente, logo ao cortar a cauda está a tentar bater um colega que produziu uma ave melhor sem recurso a artifícios.
É importante que os juízes tenham a coragem de desclassificar aves que tenham caudas alteradas e mostrar claramente a razão de desclassificação da ave, se o juiz não tomar tal atitude então criadores honestos podem desistir de criar glosters ou começarem também a fazer batota.
O Futuro
No ultimo ano em Inglaterra a mensagem era para que aves grandes vencessem cada vez menos exposições. No entanto, continuam a haver demasiadas aves grandes a bater pequenos glosters que estão mais próximos daquilo que deveríamos procurar na raça. Existem também criadores noutros continentes e na Europa que estão a ficar preocupados com o aumento do tamanho dos glosters nas exposições.
Países como Portugal e Espanha onde a criação do gloster aumentou rapidamente em popularidade são os criadores do futuro, com muitas e excelentes aves criadas que levaram o Gloster para outros níveis. Seria excelente se estes criadores estudassem alguns dos erros cometidos pelos criadores Ingleses nos últimos 40 anos de forma a poderem evitar alguns problemas que possam surgir nos próximos 40 anos.
Assim o pequeno tamanho tornou-se a linha mestra de selecção para Mrs Rogerson, e deveria ser também o principal aspecto de selecção dos restantes criadores que seguem os seus passos. Podemos assim dizer que é o tamanho do gloster que o distingue do canário Norwich ou Crested e se isto não for tido em conta não existe razão para separarmos este das raças anteriormente citadas.
Nos tempos modernos o tamanho tem sido um dos tópicos mais controversos entre os criadores de glosters. Quando falamos de tamanho, falamos do comprimento desde o bico até à ponta da cauda, no gloster deve ser o mais curto possível, mantendo o corpo, a forma pois actualmente buscamos um canário potente. Durante os últimos 40 anos um grande número de criadores de glosters, fizeram grandes melhorias na criação, surgiram as coroas redondas, longas e com poucas falhas, melhorouse a cor e a qualidade da plumagem e mais recentemente corpos redondos que dão ao gloster uma distinta e particular forma. No entanto durante este período de rápida evolução, houve períodos em que a raça para evoluir nos pontos atrás assinalados, se descurou ligeiramente a questão tamanho. Por exemplo quando começaram a aparecer os primeiros glosters com coroas cadentes todos os vencedores procuraram trabalhar as mesmas, o que fez com que outras características fossem menosprezadas, incluindo o tamanho.
Esta tendência para dar pouca importância ao tamanho é um problema bem maior se compararmos a Inglaterra com o resto da Europa, criadores do continente, especialmente da Bélgica, sempre tiveram como prioridade o tamanho. Conseguimos ver ainda hoje que essa preocupação continua, com as recentes alterações COM de alocução de pontos com bastante ênfase para com o tamanho dos glosters. Outra grande diferença é que o sistema COM tem como ideal 11,5 cm, enquanto que na Inglaterra tal não existe no nosso standard, que diz simplesmente “tendency to the diminutive”, frase muito aberta a distintas interpretações.
Tamanho e criar bests in show
Quando tentamos criar glosters para vencer exposições, estamos a tentar produzir uma ave com excelente tipo/forma, isto significa ter uma coroa sem faltas, associado a uma boa queda de pena, redonda e com o tamanho apropriado, associado a um pescoço curto e a um corpo redondo e poderoso. Uma ave com todos estes aspectos é um Gloster fantástico! Contudo é muito mais fácil obter todos estes aspectos numa ave maior uma vez que podemos usar plumagens longas e curtas para aumentar cabeça, largura de pescoço e corpo nos nossos casais. È fácil de ver quanto é fácil obter tipo/forma numa ave maior ao analisarmos aves de exposição como por exemplo o Crested ou mesmo o Norwich, bons exemplares destas raças têm cabeças, coroas e pescoços que ultrapassam em muito o que obtemos no gloster, no entanto, tal só é conseguido num conjunto geral maior. Na realidade o que torna difícil a criação do nosso gloster é o facto de tentarmos ter tipo/forma numa ave pequena. Neste aspecto só alguns criadores experientes conseguem produzir glosters pequenos mantendo o tipo/forma e cabeça que todos amamos.
No entanto se permitirmos que aves maiores vençam shows, estamos a fazer com que criação de aves vencedoras seja mais fácil, e de certa forma não estamos a valorizar a habilidade e destreza de certos criadores em combinar tipo/forma num tamanho pequeno.
Se concordamos que é no pequeno tamanho que reside o desafio de criar bons glosters então temos de dar o mérito a esses criadores nas exposições.
Um gloster que seja curto desde o bico à cauda automaticamente parece melhor que uma ave cumprida, isto porque ao ser curto faz com que este pareça mais compacto fazendo com que corpo e pescoço pareçam melhor, mais compactos. No entanto é essencial que seja curtos por natureza, existe uma longa e indistinguível historia à volta de criadores de gloster devido a cortarem caudas de forma a parecem mais
curtos. Esta prática é .... uma falta, tal como um centro da coroa deslocado à frente. Ao cortar a cauda o criador está a admitir que não conseguiu combinar tipo/forma e tamanho o suficiente, logo ao cortar a cauda está a tentar bater um colega que produziu uma ave melhor sem recurso a artifícios.
É importante que os juízes tenham a coragem de desclassificar aves que tenham caudas alteradas e mostrar claramente a razão de desclassificação da ave, se o juiz não tomar tal atitude então criadores honestos podem desistir de criar glosters ou começarem também a fazer batota.
O Futuro
No ultimo ano em Inglaterra a mensagem era para que aves grandes vencessem cada vez menos exposições. No entanto, continuam a haver demasiadas aves grandes a bater pequenos glosters que estão mais próximos daquilo que deveríamos procurar na raça. Existem também criadores noutros continentes e na Europa que estão a ficar preocupados com o aumento do tamanho dos glosters nas exposições.
Países como Portugal e Espanha onde a criação do gloster aumentou rapidamente em popularidade são os criadores do futuro, com muitas e excelentes aves criadas que levaram o Gloster para outros níveis. Seria excelente se estes criadores estudassem alguns dos erros cometidos pelos criadores Ingleses nos últimos 40 anos de forma a poderem evitar alguns problemas que possam surgir nos próximos 40 anos.
Rob Wright
Reprodução do artigo publicado na revista o Gloster nº12
O Fator Topete
O fator do topete é uma mutação ocorrida no canário, cuja origem remonta haja 257 anos. Seu surgimento deu-se na canaricultura de porte na Inglaterra. No século XIX tomou-se muito popular e apreciado não só na Inglaterra como também em vários outros paises onde a canaricultura estava em desenvolvimento.
Mesmo tendo surgido em canário de maior porte, o mais popular canário da atualidade que possui este ornamento é o Gloster muito embora a sua origem possa ser considerada recente, em se comparando ao tempo que a mutação apareceu. O Gloster foi apresentado com um padrão oficial pela primeira vez em 1925, portanto há apenas 77 anos, o que vai uma longa distância em relação aos 257 anos do surgimento da mutação.
O fator do topete, além de ser uma mutação é também um produto final de posterior seleção genética, o fator do topete não é um caso inusitado. Tem aparecido em outras aves sendo o caso mais comum o dos periquitos ondulados.
O topete é um caráter dominante. Desta forma com um exemplar possuidor do topete, pode se obter tanto em machos ou fêmeas na primeira descendência.
Não se deve acasalar dois exemplares possuidores de topete, pois o mesmo em dose dupla é letal ou parcialmente letal. Acasalando dois exemplares assim, os que nascem sem o topete, são pássaros normais. Os que chegam a nascer e que possuem topete, dificilmente vingam, e se conseguirem atingir a idade adulta, a conformação do seu topete será fatalmente defeituosa, com penas revoltas, falhas no centro e sobretudo apresentará falta de plumas na parte anterior do topete. Para a conformação de um bom topete é importante que as penas sejam relativamente soltas, não devendo no caso ser efetuado nenhum acasalamento com dois pássaros de plumagem intensa, o que acarretaria um endurecimento do topete e a natural dificuldade no assentamento do mesmo.
Raças de porte que possuem topete e suas pontuações nos julgamentos: Gloster-20, Fiorino-15, Padovano-15, Lancashire-30, Topete Alemão-25, Crested-45.
Nas raças acima o topete é a parte fundamental, em geral as penas do topete são abundantes e se irradiam de um ponto central no meio do topo da cabeça cobrindo o bico e os olhos.
Devemos observar que cada raça, acima citada possui um topete característico, como devemos verificar no Manual do Julgamento. Contudo o topete dá um requisito muito especial na beleza e formação do pássaro, o visual é verdadeiramente magnífico.
Que este sirva de incentivo aos novos criadores para criarem estes exemplares, enriquecendo assim a sua criação com lindos e exóticos pássaros.
Revista CPCCF Junho/2004
domingo, 4 de março de 2012
sexta-feira, 2 de março de 2012
Dicas sobre formação de uma linhagem
Não acredito que seja possível ter sucesso na criação de canários de qualquer raça sem a formação de uma linhagem própria baseada em pássaros de ótima qualidade, por isso tenho lido muito e pesquisado sobre cruzamentos in-breeding, além de genérica básica aplicada aos pássaros.
Abaixo sumarizo algumas lições que aprendi com criadores de longa data de Gloster que escreveram este artigo:
http://www.glosters-usa.com/inbreeding.htm
1. Iniciar a criação com os melhores canários que se puder adquirir.
2. Será preciso ter ótimos coronas e ótimos consortes. O Gloster é UMA raça, que possui pássaros com e sem topete. Não dá pra ter uma linhagem somente com topete ou somente sem topete.
3. Qualidade é melhor que quantidade. Por isso não cruzar canários que tenham características indesejáveis.
4. Não manter uma ave apenas porque é da linhagem (família), ao menos que possuam todas as boas características que os outros membros da linhagem portem.
5. Você precisará inserir novos pássaros, com cautela. até ter uma linhagem com a genética desejada. Não dá pra tentar melhorar o padrão somente com cruzamentos cosanguíneos se a família não tiver todas as qualidades que você quer alcançar.
6. Cruzar sempre linha clara com linha escura afim de manter a qualidade das penas.
7. Cruzar consorte com consorte não produzirá bons coronas. Bons coronas devem ter uma cabeça larga, redonda em todos os pontos com boa subida para o centro do crânio.
quinta-feira, 1 de março de 2012
Introdução a genética e aplicação na canaricultura
Gregor Johann Mendel |
Princípios Gerais
Não se pretende neste documento fazer um estudo exaustivo sobre a genética dos seres vivos, nomeadamente das aves. O meu objectivo é o de apresentar alguns conceitos e termos fundamentais sobre esta matéria e que possa ajudar o criador no seu hobby. No entanto, aconselho que após esta leitura o leitor possa aprofundar os seus conhecimentos nesta matéria.
Características dos Seres Vivos
Com a excepção dos gémeos idênticos, que possuem a mesma composição genética, todos os seres humanos, diferem geneticamente uns dos outros. Desta forma, podemos afirmar que não existem seres vivos que sejam exactamente iguais em termos genéticos. Existe sempre alguma característica que é única e que faz com que determinado indivíduo se distinga dos outros. Mesmo que existam dois ou mais seres que possuam as mesmas características para determinados traços, nunca serão exactamente iguais em todas as características que os compõem.
Até à pouco tempo, a maioria dos criadores escolhiam os seus planteis para criação baseados apenas nas características visíveis, dando pouca importância à constituição genéticas dos mesmos. Estes criadores, que apenas utilizem estas técnicas, acabam em alguns casos também por trazer bons resultados, no entanto, através de muitas experiências e erros. Sendo que em muitos casos os bons resultados são esporádicos e não se manifestam na homogeneidade do seu plantel. Por vezes, conseguem criar campeões, mas com a mesma frequência obtém exemplares cujas características não os permitem sequer ir a exposições. Só após uma vida de esforço, sucesso, insucesso, experiências e erros é que conseguem alcançar um resultado satisfatório e obter um plantel com consistência.
Os criadores de animais que conseguem produzir esse padrão consistente, seja este um “bom” ou “mau” padrão, estão a criar exemplares geneticamente puros.
É importante quando falamos de genética começar a distinguir características hereditárias das características ambientais. Um criador pode ter um excelente exemplar, com as características geneticamente desejadas e puras, no entanto, se este não tiver as condições ambientais adequadas para que essas características genéticas se possam manifestar, de nada servem. Desta forma, as características genéticas são aquelas que são herdadas dos seus progenitores e as ambientais as que resultam das condicionantes do meio que os rodeia e que podem condicionar as genéticas. Por exemplo, se um determinado animal tiver perdido uma pata, não significa que seja não seja geneticamente interessante e que não possa originar excelentes exemplares. O que é importante reter é que o criador deve proporcionar as suas aves/animais o meio ambiente adequado para que estas possam criar e crescer de uma forma saudável. Problemas como uma alimentação incorrecta, falta de minerais, falta de limpeza, humidade, etc., podem não deixar que os animais “cresçam geneticamente” como deveriam.
Genética
Neste artigo já se aplicou a palavra “genética” por algumas vezes. Mas afinal o que significa este termo e para que serve?
Daqui em diante os exemplos que forem dados serão dados relativos a aves, nomeadamente aos canários, embora os conceitos se apliquem de uma forma geral a todos os seres vivos. Quando se faz um acasalamento entre as aves, existem dois elementos essenciais que irão dar origem aos filhotes: o Óvulo e o espermatozóide. O óvulo e o espermatozóide, contribuem através do macho e da fêmea, para a composição dos novos indivíduos. São estes elementos combinados que são a fonte dos traços e das características únicas dos embriões. Mais especificamente, a informação genética que determina a composição final de uma nova criatura encontra-se “armazeanada” em centenas de genes situados nos cromossomas existentes em cada célula viva.
Como já foi referido, não se pretende fazer uma descrição técnica desta ciência e falar em detalhe dos termos, conceitos e técnicas complexas, mas sim apresentar os conceitos básicos que ajudem o canaricultor. Resumindo, pelo menos o leitor deverá assimilar e compreender o significado dos termos dominante e recessivo e os conceitos associados de Homozigoto e Heterozigoto.
Para compreender os processos da hereditariedade, existem dois conceitos a ter em consideração:
- Qualquer criatura é uma combinação mosaica única e composta de diversos traços ou características que são herdadas.
- Os melhores exemplares para criação possuem uma alto grau de pureza genética para as características desejadas/ideais.
segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012
Porque meus filhotes estão morrendo no ovo?
Todos os anos durante o período de reprodução sou procurado por criadores de diversas espécies de pássaros sempre com os mesmos problemas. Entre eles a baixa fertilidade dos reprodutores, morte de filhotes nos primeiros dias de vida e a baixa eclodibilidade dos filhotes (lembrando que é o filhote que eclode o ovo e não o ovo que eclode). Costumo dizer que daria pra escrever um livro sobre cada um destes temas, porem o tema que abordarei resumidamente neste artigo é “a morte embrionária” ou seja, aqueles casos em que o ovo esta “cheio”, porem o embrião não nasce. Existem muitas possíveis causas que justificam a morte embrionária e para melhor entendimento dividirei-as em 7 principais grupos de causas:
Causas genéticas
Geralmente estão relacionadas a gene letal, ou seja, alterações nos cromossomos que induzem a mau formações levando o embrião a morte.
Causas nutricionais
Estão relacionadas às deficiências de nutrientes importantes no desenvolvimento embrionário, como vitamina A, vitaminas do complexo B, vitamina D, acido fólico. Carência de cálcio, e também os excessos de nutrientes podem ser extremamente prejudiciais, como é o caso do selênio que em altas concentrações reduz a eclodibilidade alem de ser teratogênico.
Causas tóxicas
O uso de diversos produtos como desinfetantes e mesmo inseticidas para controle de piolhos podem ser tóxicos quando entram em contato com a casca dos ovos causando a morte dos embriões. Sempre quando desinfetamos ninhos e forros devemos estar atentos aos produtos utilizados, os ovos apresentam poros na casca que permite a passagem de agentes químicos para o interior dos mesmos. Portanto é desaconselhável a pratica de lavar ou aplicar produtos nos ovos de pássaros antes do choco, exceto em situações especiais com recomendação do médico Veterinário.
Causas relacionadas ao manejo
Muitas vezes temos o habito de tirar os ovos e colocá-los em recipientes com alpiste ou painço, pra voltá-los ao choco assim que a fêmea coloque o ultimo ovo, essa pratica visa o nascimento simultâneo da prole. No entanto a maneira que isto é feito pode prejudicar os embriões, por exemplo, mãos sujas ao manipular os ovos podem contaminá-los, vibrações excessivas, estocagem por tempo excessivo, alem do que, as sementes de alpiste ou painço são ricas em fungos e bactérias que podem também contaminar os ovos.
Causas ambientais
A temperatura e a umidade inadequadas dentro do criatório incorrem em distúrbios da eclodibilidade. Tanto as altas temperaturas quanto muito baixas podem alterar o tempo de choco ou mesmo desidratar os ovos causando a morte do embrião o mesmo acontece com a umidade. Esses fatores são de extrema importância aos criadores que recorrem a chocadeiras artificiais.
Causas comportamentais do casal reprodutor
Fator muito importante que quase não é considerado, freqüentemente pássaros inexperientes tem problemas durante o choco. Por exemplo, fêmeas que saem muito do ninho ou mesmo fêmeas que saem de menos do ninho. Também machos agressivos ou excessivamente “fogosos” que atacam as femeas durante o choco e muitas vezes provocam pequenas lesões na casca dos ovos que facilitam a contaminação ou ate a desidratação dos mesmos.
Causas infecciosas
Talvez seja o grupo mais importante, por essa razão o deixei por último. Nesse grupo podemos incluir as infecções fungicas geralmente relacionadas ao Aspergillus spp., as infecções virais causadas por paramyxovirus e Poliomavirus e finalmente as mais freqüentes causas, as bacterianas causadas por diversos gêneros como Salmonella spp., Escherichia coli, Micoplasma, Staphiloccocus, Strepyoccocus, Clamidophila psittaci e outros menos freqüentes. O diagnostico muitas vezes é difícil e deve se recorrer ao auxilio técnico de um profissional especializado, pois muitas vezes há a necessidade de exames de cultura e antiobiograma para identificar qual agente infeccioso é o causador de tal problema e qual a terapia mais adequada para sanar o problema. No mais cabe ao criador estar atento às dicas de manejo, cuidados profiláticos e ao manejo nutricional para prevenir que o plantel apresente taxas reduzidas de eclodibilidade, gerando prejuízos genéticos e econômicos. No que se refere as causas infecciosas é indispensável estar ciente de que não se deve utilizar antibióticos aleatoriamente visando a prevenção da morte embrionária, pois normalmente o prejuízo é bem maior, com o surgimento de bactérias selecionadas e super poderosas, e mesmo redução da fertilidade dos reprodutores ou até esterilidade, sem contar que antibióticos também tem efeitos tóxicos que podem induzir a teratogenia e morte do embrião. Portanto em casos de processos infecciosos o melhor é contar com ajuda profissional, procure sempre um veterinário especializado em pássaros para a realização dos exames adequados e tratamento correto.
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012
As cores do canário Gloster
Os canários Gloster são classificados em 9 cores, identificadas e julgadas pela cor de fundo do pássaro, sendo elas:
Fundo Branco
Fundo Amarelo Nevado
Fundo Amarelo Intenso
Como existem os consorte (sem topete) e corona (com topete), as categorias acima duplicam, acrecentando a classificação COM TOPETE, formando portanto 18 categorias, 9 sem topete E 9 com topete.
Fundo Branco
- Fundo Branco Lipocrômico
- Fundo Branco Pintado
- Fundo Branco Melãnico
Fundo Amarelo Nevado
- Fundo Amarelo Nevado Lipocrômico
- Fundo Amarelo Nevado Pintado
- Fundo Amarelo Nevado Melãnico
Fundo Amarelo Intenso
- Fundo Amarelo Intenso Lipocrômico
- Fundo Amarelo Intenso Pintado
- Fundo Amarelo Intenso Melãnico
Como existem os consorte (sem topete) e corona (com topete), as categorias acima duplicam, acrecentando a classificação COM TOPETE, formando portanto 18 categorias, 9 sem topete E 9 com topete.
segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012
Registo do Plantel - Um Degrau Para a Melhoria
Qualquer bom criador, ou pelo menos dedicado, tem objetivos e sonhos, que passam por ter um bom aviário, bom plantel e o mais importante que este seja saudável e produtor de bons resultados.
Para que estes objetivos sejam atingidos, são necessários vários requisitos: dedicar muitas horas do seu tempo ao viveiro, investir algum dinheiro (em equipamentos, alimentos, vitaminas, mão-de-obra, ou em novas aves), muita dedicação, muita paixão, não olhar para o lado comercial, etc.
Mas muitas vezes, mesmo seguindo todos estes requisitos, observamos ainda assim o insucesso.
Muitos criadores, ao colher os insucessos, contabilizam os prejuízos mas seguem ano após ano, essa atividade inglória.
Quando são questionados, o argumento é de que a avicultura desportiva é mesmo assim, mais sujeita ao insucesso que a vitórias. Outros acabam mesmo por abandonar a atividade desiludidos e frustrados, culpando a sua má sorte ao “mau olhado do vizinho”, pois muitas vezes sentem-se enganados, pela sua pouca experiência não ser acompanhada da melhor forma pelos amigos.
Será que estes insucessos não passarão simplesmente por uma organização mais cuidadosa de seu plantel?
Penso que sim, pois se dedicamos muito do nosso tempo, se gastamos muito dinheiro, se temos boas aves e não lhes faltamos com nada; falta qualquer coisa que pode ser apenas, a simples organização escrita do plantel, ou seja os registos de tudo o que se passa durante todo o ano. Aí de certeza vamos encontrar as explicações para o insucesso ou comprovar o sucesso.
Os registos são importantíssimos, com eles saberemos ao pormenor as despesas, os rendimentos, as linhagens etc.
Muitas vezes, as aves deixam a postura, os ovos não eclodem, os filhotes morrem em idades diferentes e por motivos diferentes, não sabemos quem é filho de quem, que produtos usamos neste ou naquele pássaro etc.
Ficamos perdidos, tentamos várias soluções, sem encontrar a melhor, resolvemos mudar tudo ou mesmo trocar os progenitores. Nessa hora esquecemos os bons casais que temos e o quanto custaram a conseguir. Se houvesse registos confiáveis, com uma análise cuidada e racional poderia-se chegar a possível ou possíveis causas do insucesso ou problemas surgidos.
Mesmo assim encontramos muitos criadores que dizem ter casais a produzir 4/5 filhotes por ninhada. Mas se lhe perguntamos, qual a média de filhotes anual por casal ou do plantel, eles simplesmente não sabem ou atiram com qualquer número.
É possível que até tenham no plantel casais velhos ou doentes ou mesmo sofrendo de infertilidade, que há muito não põe um ovo sequer, e se põem não eclodem. E quantos casais existirão que produzem um ou dois filhotes por ninhada?
O que obtém o criador com um plantel assim?
- Financeiramente: prejuízo
- Emocionalmente: frustração
- Em relação aos outros criadores: sentimento de inferioridade, e atrasos devido ao sucesso dos companheiros.
Muitas vezes questionam-se: “porque é ele que consegue e eu não?”
Os registros
Falamos então dos registos, eles que são elemento fundamental para o sucesso nas criações, sendo feitos de maneira precisa. São eles que ajudam o criador a ter o registo correto da trilogia da saúde que levará ao sucesso: alimentação, património genético e todos os aspectos do ambiente que circundam os casais e filhotes. Sem anotações não se pode fundamentar qualquer decisão séria e racional.
Serão eles também que nos vão dar o registo preciso das descendências e linhagens. Os rendimentos por casal e do plantel. Em resumo, com os registos, teremos tudo gravado do que se passou durante a época.
As dificuldades
Por incrível que pareça, fazer o registo dum plantel, é uma actividade muito difícil e ignorada pelos criadores, tendo as seguintes razões ou causas básicas inter-relacionadas entre si:
- preguiça: descrédito (interrogando-se, se será mesmo uma atividade recompensadora)
- falta de material ou lugar para as anotações
- desconhecimento (para muitos a mais previsível)
Assim acontecendo, uma coisa reforça a outra, tornando o criador incapaz passando a vida a achar que isso não “paga o trabalho”. Não embarca nessa onda do progresso, porque não pode raciocinar sobre dados que não tem. Não pensa de maneira cientifica.
Aqueles que convencidos da importância do processo, dominam a preguiça, ultrapassam as barreiras, e passam a ter meio caminho andado para a eficiência na criação, e os resultados vão ser o testemunho do sucesso e a recompensa do esforço.
Onde e o que registrar
Podemos utilizar apenas umas folhas de papel ou um simples caderno: hoje já existem programas informáticos para o efeito, aqui temos a melhor solução, mas não ao alcance de todos.
O melhor caminho é optar por um dos processos, mais simples de registar e consultar.
O que devemos registar? Essencialmente deve-se anotar os registos básicos numa criação, estes em traços gerais são: o casal, os filhotes, linhagens, esquemas de cruzamento, manejo sanitário, despesas com alimentação, equipamentos e outras, e pequenas notas de situações pontuais verificadas.
Cada criador elabora aquela ficha que mais lhe interessa, pois vários modelos existem.
Devem ser feitas todas as anotações no momento que ocorrem: a postura, os nascimentos, mortes (a causa provável), a troca de ovos e filhotes de pais, tratamentos individuais etc. Outros semanalmente ou mensalmente como aquisição de alimento ou equipamento, tratamentos coletivos, medida e cor dos ovos etc.
Consulta e trabalho com os registros
Em períodos que podem ser semanal, mensal, semestral ou mesmo anualmente, o criador pode fazer consultas com levantamentos de dados obtendo o balanço da situação.
Por essa altura alguns dados interessam sobremaneira:
- qual o número de filhotes desmamados?
- qual o número de filhotes nascidos?
- embriões mortos?
- número de ovos sem eclodir?
- qual a média de filhotes por casal?
- qual o número de casais sem produzir e quais?
- qual o consumo de alimento por ave?
- qual o custo de manutenção por casal?
- o custo por cada filhote?
- os resultados dos tratamentos?
Todos estes dados obtidos irão facilitar as análises que identificarão tendências, surpreenderão fatos até mesmo antes de acontecerem e teremos a satisfação do sucesso. Mas como importância maior, temos o aparecimento de respostas concretas para aquelas questões mais simples:
- a criação de aves está a correr bem ou não?
- a criação teve bons resultados ou maus?
- que modificações há a fazer?
- o que tem que ser melhorado?
Isto em linhas gerais é o que nos permite estabelecer os níveis mínimos de qualidade e produtividade que desejamos atingir na criação. Sem isto, ficamos a brincar ao “faz de conta”, a tendência de muitos que deve ser abolida para dar lugar ao criador moderno que tenha um crescente de qualidade no seu plantel ganhando competitividade no cenário ornitófilo nacional e mundial.
Espero com estas modestas linhas, ter pelo menos alertado os menos atentos e os mais preguiçosos, para a importância deste tema, fazendo com que se elevem os números de quantidade, qualidade e competitividade da ornitofilia portuguesa.
A todos um bom ano de criações que agora começa e para aqueles que vão participar no nosso mundial (que todos esperamos ser um sucesso, eu pelo menos tenho a certeza e sei que vai ser um orgulho para todos nós Portugueses), a maior sorte do mundo e que atinjam os objectivos pretendidos.
Revista Pássaros – Ano 6 – nº 29
domingo, 19 de fevereiro de 2012
Muda dos canários
Embora sejam muito resistentes, as penas com o tempo começam a perder o brilho e desgastar e precisam ser trocadas.
A muda é um processo normal na vida das aves, relacionado a fatores biológicos ligados aos hormônios produzidos pela tireóide.
A muda ocorre todos os anos e inicia-se após a época de cria, (năo deve permitir que procriem até a época em que antecede a muda). Se o pássaro foi bem alimentado irá mudar facilmente e năo passará de 6 a 8 semanas. Nesta época a ave pode perder totalmente as penas ao mesmo tempo, mantendo sempre uma razoável quantidade para cobrir e proteger o corpo e voar.
Se a temperatura estiver elevada muito quente irá antecipar a muda do canário, mas terminará mais cedo. Em climas moderado e frescos ela atrasa um pouco.
É recomendado fornecer ao pássaro a dieta correta para esta ocasiăo, uma alimentaçăo rica em cálcio (osso de ciba), casca de ovo, vegetais, uma mistura de grăos com maior quantidade de óleo e uma farinhada com ovo. Na água de beber será trocada diariamente e poderá acrescentar algumas gotas de complexos vitamínicos que contenha ferro.
Nos adultos a troca de pena: rabo, asas, e demais penas inicia-se do centro para as extremidades, nas asas a muda ocorre simultaneamente, no corpo ocorre a muda quase por inteiro, terminando na cabeça.
As penas caem naturalmente e devagar sendo que quase nem se percebe que o pássaro está na muda; se o pássaro voar com dificuldades, começar a aparecer a pele isto năo é normal, e pode ter sido causado pela má alimentação ou outras causas.
Banhos de sol pela manhã (8 as 9 horas) ajudam bastante na muda, manter as gaiolas limpas, evitando que o pássaro fique em correntes de ar, fornecer banheiras com água limpa para banhos.
A muda dos filhotes
Os filhotes nascem pelados com uma finíssima plumagem, e aos poucos văo aparecendo as penas e quando saem do ninho já estăo empenados por inteiro. Os filhotes também mudam de pena em torno do terceiro ao quarto męs de vida, o que chamamos de muda de ninho, que é, o pássaro apenas muda as penas do peito e cabeça, as penas das asas e rabo só mudaram no próximo ano.
Mudas precoces
As mudas precoces săo consideradas aquelas em que as penas săo trocadas fora da sua época normal: bruscas mudanças de ambiente, temperatura, sustos, acordar as aves durante o seu sono e entre outros fatores, săo causadores de uma muda precoce. Um pássaro nestas condiçőes é um pássaro triste e sempre esta encorujado (embolado), o pássaro năo canta.
Devemos trata-los muito bem, administrando algumas vitaminas para tal e evitar o máximo em incomodar as aves.
Leonardo Monteiro (juiz OBJO)
Revista SOBC 98
É importante entendermos esse período que ocorre na vida de nossos pássaros, já que esse é o período em que as aves ficam mais debilitadas, perdem resistência e energia, por isso convém aos criadores dar-lhes atençăo especial, através de uma boa alimentação e protege-los do frio, em especial evitar as correntes de ar. Com esses cuidados básicos os pássaros estarão sempre sadios e năo terăo problemas físicos quando chegar a época da reprodução.
A muda ocorre por um processo normal, diretamente relacionada a fatores biológicos associados aos hormônios produzidos na tireoide. Ela é necessária porque as penas, embora muito resistentes, começam a se desgastar com o tempo e acabam sendo substituídas por penas novas.
O processo de muda é sempre posterior ao período de reprodução. Mesmo durante a muda os pássaros năo perdem todas as penas ao mesmo tempo, mantendo sempre uma quantidade razoável de penas para protegê-los do frio e possibilitá-los de voar.
A muda das asas, por onde em geral começa o processo, é simultânea, trocando as penas primárias na seqüência de dentro para fora e as secundárias de fora para dentro. Essa ordem pode variar, com a muda ocorrendo nos dois sentidos ou na ordem contrária. Com relação às outras penas do corpo elas săo trocadas da parte traseira em direção à cabeça e as penas da cauda săo trocadas do centro para as extremidades.
Os filhotes na sua maioria nascem praticamente pelados, coberto apenas por uma finíssima plumagem, mas quando saem do ninho já estão quase que na sua totalidade empenados. Esses filhotes fazem uma muda por volta de três ou quatro meses de vida, mas só a muda que ocorre por volta de um ano de idade os deixam com a plumagem de pássaros adulto.
Lembramos que as penas não nascem na época da muda, caso o pássaro perca uma pena ou o criador a retire ela será reposta imediatamente.
sábado, 18 de fevereiro de 2012
Canários - Como iniciar uma criação
Embora teoricamente possa parecer extremamente fácil montar uma criação de canários não é o que ocorre na prática.
A decisão de inciar a criação não pode estar amparada apenas em cima de alegação de que "gosto muito do canto dos canários belgas e rollers".
Antes de se decidir pela montagem de um plantel é necessário refletir sobre certos aspectos como por exemplo:
- Disponibilidade financeira
- Disponibilidade de tempo
- Disponibilidade de local
- Aceitação familiar;
- Disponibilidade para leituras técnicas;
- Possibilidades de intercâmbio.
Há pessoas que mantêm um ou dois casais de canários pendurados em qualquer canto da casa e que acabam por obter alguns filhotes. Mas não é disso que estamos falando. Na realidade, o que pretendemos é comentar os vários aspectos da montagem e desenvolvimento de um plantel, dentro de critérios técnicos mínimos que permitam ao criador entrosar-se no meio ornitológico e até mesmo se tornar um campeão.
Tomada a decisão de se iniciar uma criação vejamos o que deve ser considerado.
1.A escolha da variedade ou raça do canário
Os canários atualmente estão distribuídos em:
- Canários de cor, com ou sem fator vermelho;
- Canários de porte e desenho;
- Canários de canto clássico.
É desejável que o pretenso iniciante visite uma exposição onde possa observar e ouvir (no caso dos canários de canto) todas as variedades, nos concursos regionais. De qualquer modo já é um bom princípio visitar uma exposição local ou regional.
Entre os canários de cor a opção mais fácil recai sobre os canários sem fator (brancos, amarelos) que dispensam a administração diária do suplemento corante (cataxantina) para manifesta toda a plenitude de suas cores.
A administração da cataxantina além de onerosa é trabalhosa e mesmo criadores experientes costumam ter problemas com sua administração.
Aconselhamos, portanto, que os principiantes iniciem com brancos e amarelos até mesmo com pássaros da linha escura sem fator.
Aqueles que optarem pelos canários de porte e de desenho (lizards) deverão decidir por uma ou duas raças, no máximo. Os ingleses, tradicionais criadores das raças de porte e desenho, são quase sempre especialistas em uma determinada raça border, norwich, yorkshire, gloster, fife-fancy, etc.
Aqui, ao contrário dos canários de cor cada raça apresenta características próprias que deverão ser observadas e trabalhadas.
Com relação aos canários de canto-clássico é necessário ser dotado de um certo dom musical ou será completa perda de tempo e dinheiro. Estes pássaros são avaliados pelas notas ou conjuntos de notas musicais que emitem. Exigem muita paciência e tempo para ouvi-los e selecionar os melhores cantores. Definido o que criar vamos adiante.
2. Quantidade e local
São os fatores fundamentais de decisão. A quantidade depende necessariamente do local que se predente acomodá-los. E mesmo que o local permita não se deve iniciar com um grande número de casais.
Diriamos que o número ideal de casais para iniciar uma criação é de no máximo 10 (dez), alguns podem achar muito e outros muito pouco.
Para esclarecer alguns aspectos da quantidade montamos a tabela 1, que representa aproximadamente o que em média ocorre na prática. É evidente que em função de muitas variáveis tais dados podem ser bastante alterados.
Com respeito ao local o ideal é que seja especificamente destinado à criação; bem iluminado, voltado para a nascente, com janelas amplas e teladas (pernilongos são inimigos mortais dos canários). Cômodos úmidos e frios são sinônimo de insucesso. A iluminação, pode ser controlada artificialmente desde que tecnicamente bem orientada (lâmpadas especiais e TIMER’S).
É importante lembrar que o local deve ser suficiente para acomodar os futuros filhotes e que as voadeiras geralmente em conjunto de três ou quatro não acomodam mais do que 15 – 20 filhotes cada.
Deve estar previsto, ainda, que o local ou criadouro de acesso à área ou pátio onde os pássaros possam ser expostos ao sol (banho e sol são fundamentais para desenvolver a plumagem). Recomenda-se não esquecer os pássaros ao relento quanto o tempo estiver nublado ou na existência de ventos, pois as correntes de ar podem causar sérios problemas respiratórios levando ao óbito.
Outro aspecto que deve ser observado é quanto à forração e vedação do criadouro. Insetos e roedores (camundongos) são extremamente indesejáveis. Seus dejetos podem transmitir doenças e sua presença principalmente, à noite pode causar verdadeiro caos na criação.
3. Gaiolas, acessórios e utensílios
A gaiola ideal para a criação de canários deve possuir dimensões aproximadas de 60x40x30 cm, divisória central, laterais removiveis, bandeja, duas portas de mola e duas portas-guilhotina.
É perfeitamente possivel criar com qualquer outro tipo de gaiola, mas o criador irá descobrindo pouco a pouco a necessidade de se adequar ao modelo ideal.
A padronização é outro elemento fundamental, pois o que serve em uma serve na outra. Assim pode-se facilitar o corte de papel para forrar a bandeja sem a preocupação de tamanhos diferentes.
Manter grades e poleiros em duplicata, também é norma habitual e facilita a troca sempre que necessário.
Evite comprar um artigo pior somente porque é mais barato. Você poderá sentir na pele os efeitos de tal compra: uma aresta mal lixada pode causar escoriações ou mesmo verdadeiros cortes na pele.
É necessário, ainda, manter um determinado número de gaiolas individuais de modo a permitir o preparo de alguns exemplares para concurso e, eventualmente, separar algum pássaro por qualquer outra razão: doença, debicagem, observação, etc.
Entre os acessórios e utensílios existentes no comércio vamos nos ater aos que são imprescindíveis na criação de canários.
Os comedouros e bebedouros utilizados pela grande maioria dos criadores são do tipo externo, em plástico, com cúpula destacável em forma de meia lua.
Os de cúpula fixa não permitem uma boa limpeza e/ou desinfecção, não sendo recomendados. Considerando que a gaiola de cria ideal deve possuir 6 suportes externos recomenda-se distribuir 2 comedouros e um bebedouro de cada lado da divisória colocar água e comida dos dois lados evita que se percam pássaros, inadvertidamente, por sede ou fome, quando se esquece uma divisória central.
Tigelas de louça ou PVC são utilizadas para oferecer a farinhada de ovos, diariamente. Toma-se o cuidado de retirá-las ao final do dia, desprezar as sobras e lavá-las adequadamente.
Banheiras de plástico ou chapa galvanizada são apropriadas para o banho. A freqüência que se oferece depende da temperatura ambiente e das fases da criação, sendo muito comum propiciá-lo às vésperas da eclosão dos ovos para facilitá-la caso a umidade relativa do ar seja baixa.
Os ninhos mais frequentemente utilizados são os de pássaros podendo ser revestidos com espuma (1 cm de espessura), flanela, feltro ou corda de bacalhau (cizal). Sacos de estopa, previamente lavados e fervidos, cortados em pedaços de 5x5 cm e desfiados, são oferecidos para a "confecção dos ninhos".
4. Constituição do plantel
Esta é sem dúvida alguma, a etapa crucial de todo o processo podendo respresentar o sucesso ou o completo fracasso.
Nesta etapa não basta gostar. É preciso humildade e contar com a participação efetiva de algum criador recomendado ou pelo menos idôneo e conhecer.
A escolha dos reprodutores não é tarefa fácil mesmo quando se tem possibilidade financeira.
Os criadores, via de regra, não cedem seus melhores pássaros mesmo a "peso de ouro". É mais fácil conseguir um bom exemplar por amizade do que por outro método.
Associar-se a um clube ornitológico e solicitar a ajuda do diretor técnico pode ser um bom princípio.
Quando da aquisição dos pássaros dirija-se pessoalmente ao criador acompanhado de um "expert" evitando, sempre que possível, comprar pássaros por telefone. Evidentemente, existem situações que não permitem esta conduta, como no caso de criadores que residem em estados distantes dos principais centros. Neste caso dirifa-se sempre a um criador recomendado para fazer a encomenda.
Ao escolher os exemplares é importante observar os seguintes ítens.
- Condições higiênicas do criadouro;
- Estado de saúde do plantel, como um todo;
- Média de problemas durante a estação de cria;
- Média de filhotes obtidas pelo criador;
- Vivacidade do exemplar a ser adquirido (pássaros quietos, embolados denotam problemas);
- Conferir os dados do anel, principalmente do ano de criação;
- Pegar o pássaro na mão e verificar seu estado de saúde (cor da barriga ou ventre, presença de cistos de plumagem, sentir seu peso e mobilidade);
- Observar forro da gaiola e verificar a consistência das fezes (se diarréica ou normais);
- Levar os pássaros ao ouvido e tentar detectar se está chiando (os acometidos de ácaros e outros problemas respiratórios geralmente chiam);
- Observar quanto a existência de trocas de penas.
5. Onde e de quem adquirir
Em nosso pais existem inúmeros criadores espalhados em cidades de vários estados. De uma maneira geral se congregam em clubes ou associações onde podem obter informações técnicas, adquirir anéis oficiais e trocar relacionamento com outros criadores. Os clubes por sua vez podem estar vinculados a Federações Estaduais como por exemplo no Rio Grande do Sul ou diretamente à Federação Ornitológica do Brasil (FOB).
A FOB edita o "VADE-MECUM" onde pode ser encontrado o endereço dos clubes filiados e de todos os criadores a eles registrados.
O endereço da FOB é Av. Francisco Matarazzo, 455 Parque Água Branca Caixa Postal 61131 CEP 05071-970 São Paulo-SP.
Dentre os criadores existem aqueles que anualmente participam de competições e mesmo alguns profissionais que criam estritamente para venda.
Aconselhamos visitar o maior número possível de criadores antes de decidir pela compra, pois há variações absurdas de qualidade e preço.
Estes podem variar de criador para criador, de cidade para cidade e de estado para estado para um mesmo exemplar. Assim o preço de um bom exemplar BCOBRE INTENSO pode custar 50 US$ no criador X e 100 US$ no criador Y. Isto depende em parte de sua "fama" e de onde se localize, sendo que os pássaros no eixo Rio-São Paulo tendem a custar mais caro do que em outras regiões do país, mesmo porque a maioria de criadores renomados ai residem.
Importar não é a melhor solução para o iniciante, trabalhar com pássaros filhos de importados, já adaptados ao nosso clima pode evitar uma série de desilusões e mesmo prejuízo financeiro. Deixe a importação para uma Segunda etapa.
As exposições regionais são, também, um ótimo local para as primeiras aquisições. Permitem que o futuro criador possa avaliar a qualidade, conhecer as diferentes raças e, via de regra, os pássaros em concurso são saudáveis. Lembre-se que nem sempre o campeão será o melhor reprodutor. Pássaros classificados em 20 e 30 lugares são uma boa opção.
6. Acasalamento
Os criadores "antigos" jamais acasalavam seus pássaros antes da primavera (21/09) e até hoje os criadores de frisados parisienses mantêm esta tradição.
Por outro lado os criadores de canários de cor podem acasalar tão cedo em ABRIL sob alegação de que os pássaros já estão "prontos".
Em nosso país o período mais apropriado para a criação se estende de JULHO a DEZEMBRO. Começar um pouco antes ou terminar um pouco depois não traz modificações importantes.
Os casais devem ser formados obedecendo critérios de acasalamento e aqui a genética traz importante contribuição, podendo afirmar-se que é fundamental, no desenvolvimento de um plantel.
Não cabe aqui descrever os acasalamentos corretos pois as variedades de cores, mutações combinadas, passam de 350.
Aconselhamos a leitura do Manual Técnico da OBJO que pode ser obtodo na Ordem Brasileira de Juizes de Ornitologia (OBJO) (veja endereço para contato na págima LITERATURA desta home page).
Recomenda-se que durante o período de cria as laterais das gaiolas sejam vedadas evitando que um casal interfira com o outro.
Ao se iniciar a formação dos casais certifique-se de que o macho esteja cantando vigorosamente e de que a fêmea esteja "pronta". Isto evitará posturas de ovos não fertilizados e perdas de tempo.
É boa norma colocar-se primeiro na gaiola a fêmea oferecendo-lhe material para confecção do ninho. Se não demosntrar interesse nem pelo material e nem pelo ninho, provavelmente não está preparada para criação. Caso contrário coloca-se o macho após 2, 3 dias observando o comportamento do casal. As brigas não são raras e se freqüentes é melhor separá-los colocando a divisória. Alguns casais não se adaptam definitivamente sendo necessário a troca de um dos dois.
As bigamias e poligamias são procedimentos não aconselhado aos que iniciam na canaricultura, alum de Tudor demandam maior possibilidade de tempo para se observar o comportamento dos canários.
7. Postura
Geralmente, sucede 6 – 10 dias após o acasalamento quando so parceiros estão prontos. Também, pode ocorrer mesmo que o macho esteja inapto e neste caso ao verificar os ovos quanto à fertilização, por volta do 60 dia, obviamente estarão claros.
Como regra geral as fêmeas põem 3 –4 ovos, em média, podendo variar de 2 a 8 ovos por postura. A medida que os ovos são postos devem ser retirados e susbstituídos por "ovos indez"( ovos plásticos) devendo ser recolocados ao final da postura. Um pequeno recepiente em plástico, louça ou até mesmo uma lata de sardinha contendo mistura de sementes, ou algodão, servirá para a acondicionar os ovos recolhidos e que devem ser virados diariamente, evitando que a gema se "precipite". A finalidade de tal procedimento é simplesmente permitir que a eclosão ocorra simultaneamente, evitando discrepância de desenvolvimento entre os filhotes. Geralmente, os nascidos por último morrem, quando não se utiliza tal conduta.
Algumas fêmeas teimam em não realizar postura no ninho e é sempre uma surpresa desagradável recolher ovos quebrados no fundo da gaiola. Em alguns casos a mudança de local do ninho pode resolver e se isto não ocorrer recomenda-se remover a grade e forrar a bandeja com areia ou jornal, em várias camadas. Outras fêmeas (às vezes, são os machos) tem o péssimo hábito de comer os ovos. Nesses casos recomenda-se reforçar o cálcio administrando osso de CIBA e furar o centro do ninho de modo que o ovo ao ser posto caia num pequeno saco fixado por baixo daquele. Este saco poderá ser confeccionado com a ponta de uma meia.
Outros problemas e soluções o criador irá descobrindo com o passar do tempo.
8. Incubação
O período de incubação dura 13 dias, contados à partir da data em que os ovos são recolocados no ninho. Podem ocorrer atrasos de 1 ou 2 dias quando as fêmeas não são assíduas ao ninho. Os ovos são incubados exclusivamente pelas fêmeas, que deixam o ninho por breves períodos com a finalidade de se alimentarem e mesmo para defecar. Alguns machos costumam substituí-las nesse espaço de tempo.
Verificar se os ovos forem fertilizados é tarefa simples e pode ser realizada de várias maneiras: olhar os ovos contra a luz do sol, ou com lanterna, fazendo com que o facho de luz atravesse o ovo, ou ainda, utilizar uma pequena caixa dotada de lâmpada no seu interior e furo suficiente para receber o ovo para inspeção. Ao acender a lâmpada verifica-se pro transparência o conteúdo do ovo. Por volta do 6º dia já se percebe a mancha avermelhada contendo vasos no seu interior e que ocupa quase a metade do ovo. Caso se perceba apenas a presença da gema, diz-se que o ovo está "branco".
Quando, por qualquer razão, o criador deixa a inspeção para mais tarde – 11º - 12º dia – já encontrará um ovo totalmente opaco e que não permitirá a passagem de luz. Sua casca apresentará brilho e a superfície mais lisa ao tato.
Retirar os ovos não fecundados é boa praxe. Se ocorrer de todos estarem brancos retira-se inclusive o ninho por 3 – 4 dias de modo a incentivar que a fêmea faça nova postura.
Em regiões onde a umidade do ar é alta (70 a 90%) não há necessidade de molhar os ovos ou de se oferecer banho às fêmeas. No entanto, em locais secos como por exemplo: Brasília, o banho é fundamental para aumentar o índice de eclosão.
9. Eclosão.
Completados 13 dias de incubação, os filhotes começam a nascer: um após o outro ou todos ao mesmo tempo. É comum que o nascimento ocorra à noite e pela manhã já se encontram todos os filhotes no ninho.
Se o período de 13 dias for superado aguarde mais um dia ou, então faça o teste de vitalidade do embrião. Para tal, basta colocar os ovos num recipiente com água morna e observar quanto à flutuação e movimentos. Ovos com embriões vivos flutuam com a ponta para baixo e exibem pequenos movimentos enquanto aqueles com embriões mortos flutuam de lado, ou não vêm à tona, e nem possuem movimentação.
10. Desenvolvimento até o Sétimo Dia
Quando o desenvolvimento se faz normalmente, os filhotes exibem a penugem solta e fofa como um chumaço de algodão. Também estão sempre de "papo" cheio e ao menor movimento do ninho, mostram-se ativos e abrem o bico solicitando comida.
Se isto não ocorre, algum problema está acontecendo: ou estão mal alimentados ou já apresentam comprometimento de sua saúde. As fêmeas que exibem a plumagem do ventre molhada demonstram que s filhotes estão com diarréia.
Não se justifica molestar as fêmeas para que saiam do ninho com freqüência, pois poderá ocorrer até mesmo o abandono da ninhada. Procure inspecionar o ninho quando as fêmeas saem para se alimentar.
Uma causa frequente de falta de desenvolvimento são so "vermelhinhos"(piolhos). Os filhotes ficam fracos, pálidos e terminam por morrer mesmo de papo cheio.
Quando tudo corre bem, aos 7 dias de vida os filhotes já exibem os primeiros cartuchos de penas e olhos abertos.
11. Anilhamento ou Anelamento.
Embora não seja uma prática universal, pois os ingleses não anelam algums raças de porte e mesmo assim realizam concursos de pássaros desprovidos de anilhas, o anilhamento é a modalidade mais prática para registrar qualquer ave. O anel, ou anilha, quando do tipo fechado e de diâmetro compatível com a ave, garante a legitimidade da sua criação em cativeiro e permite que o criador possa participar dos concursos oficiais. Em nosso país é obrigatório o anelamento para qualquer pássaro de concurso.
Os anéis de cunho oficial são obtidos através de clubes registrados na FOB, a quem cabe o direito de distribuição exclusiva para seus filiados.
Tais anéis são fornecidos com diâmetros variáveis de acordo com o porte da ave que se pretende criar. Para os canários de cor o diâmetro atual é de 3mm.
O anel traz gravado o número de sócio, a sigla do clube ao qual pertence, a sigla FOB, o número do próprio exemplar e o ano da criação.
Colocado por volta do 7 dia, obedecendo à seguinte técnica passam-se primeiro os 3 dedos dianteiros e dobrando-se o posterior de encontro ao tarso (perna) prossegue-se com o anel até que se consiga puxar o dedo para frente, deixando livre o anel. Uma vez anelado e após o crescimento da ave, não será possível retirá-lo a não ser cortando-o. Também, não será possível anelar uma ave adulta sem adulterar o anel (alargando-o ou usando anel de diâmetro superior indicado).
12. Separação dos filhotes
Entre o 15 e 20 dias os filhotes começam a deixar o ninho. A saída prematura é indesejável e representa algum tipo de problema: o menor deles é quando o filhote se assusta e salta fora do ninho.
Recomenda-se não trocar o ninho após o 12 dia. Filhotes quando mal nutridos tendem a sair precocemente do ninho em busca de alimentação (atrás dos pais). Nestes casos não há muito o que fazer e tentar recolocá-los de volta é perda de tempo.
Por outro lado, os bens criados, deixam o ninho de modo tranqüilo, completamente emplumados e sem mostrar desespero por alimentação.
Esta fase costuma ser crucial para o futuro dos pretensos "Campeões". Acontece que, de um modo geral, tende a ocorrer a debicagem dos filhotes. Algumas fêmeas deixam completamente desnudos seus filhos o que representa uma tragédia para o futuro: dificilmente se formará uma plumagem normal.
Ao se perceber os primeiros sinais de debicagem o criador deve interferir seja separando os filhotes com uma grade divisória, seja fornecendo material para confecção do novo ninho. Sugerimos que os filhotes passem a metade do dia com o macho e a outra metade sozinhos. Colocando-se a farinhada de ambos os lados tanto a fêmea quanto o macho tratarão dos filhotes e, ainda estaremos proporcionando a oportunidade para que o macho fertilize, quando estiverem juntos.
Quando os filhotes estiverem comendo sozinhos é chegada a hora da separação. Geralmente, ocorre entre o 28 e 30 dias. Separados deverão ser colocados em uma voadeira de modo que possam se exercitar e serem levados para os "banhos" de sol e água.
13. Recomendações complementares
A separação dos filhotes precocemente pode causar a sua morte prematura. Certifique-se de que estejam se alimentando sozinhos, observando seu comportamento com relação à água, sementes e farinhada. Quando solicitam insistentemente aos pais para que os alimentem é sinal de que, são dependentes.
Ao separar os filhotes procure não colocá-los juntos com pássaros de idades muito diferentes sugerimos que essa diferença não seja superior a 20 dias. É uma questão de competição e os mais velhos sempre levam a melhor.
A higienização do material: poleiros, grades, bandeja e do próprio cômodo deve ser executada periodicamente a fim de evitar a propagação de doenças. Recomendamos a leitura de artigos exclusivos a este fim.
A prevenção do desenvolvimento de ácaros, piolhos tipo "vermelhinhos" e insetos dentro do criadouro é fundamental e pode ser realizada de várias maneiras. A quarentena é a melhor maneira de se evitar problemas futuros. Recomendamos 30 dias de observação do exemplar antes do introduzi-lo no plantel.
As "VAPONAS" parasiticidas e repelentes de insetos são produtos eficazes no combate aos insetos, ácaros e outros parasitas. Não são encontrados em nosso meio, porém os que puderem adquiri-los no exterior Não deixem de fazê-lo. Tem durabilidade de 2 a 3 meses.
Pulverizar com Protecotr ou SBP, faixa azul, também, ajuda na prevenção.
Verduras tipo couve, almeirão, jiló são muito úteis como complemento alimentar. Usá-las com parcimônia e levar em conta que um canário pesa por volta de 10 a 15 gramas, não deve comer uma folha inteira de couve ou almeirão.
Padronize sua alimentação e desde que esteja dando certo não mude. Existem milhares de fórmulas de farinhadas. Você acabará adotando a sua própria de acordo com suas conveniências.
No mais, sucesso na nossa criação!!
Mauro de Queiróz
Extraído Revista SOAM 1995
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