Assim o pequeno tamanho tornou-se a linha mestra de selecção para Mrs Rogerson, e deveria ser também o principal aspecto de selecção dos restantes criadores que seguem os seus passos. Podemos assim dizer que é o tamanho do gloster que o distingue do canário Norwich ou Crested e se isto não for tido em conta não existe razão para separarmos este das raças anteriormente citadas.
Nos tempos modernos o tamanho tem sido um dos tópicos mais controversos entre os criadores de glosters. Quando falamos de tamanho, falamos do comprimento desde o bico até à ponta da cauda, no gloster deve ser o mais curto possível, mantendo o corpo, a forma pois actualmente buscamos um canário potente. Durante os últimos 40 anos um grande número de criadores de glosters, fizeram grandes melhorias na criação, surgiram as coroas redondas, longas e com poucas falhas, melhorouse a cor e a qualidade da plumagem e mais recentemente corpos redondos que dão ao gloster uma distinta e particular forma. No entanto durante este período de rápida evolução, houve períodos em que a raça para evoluir nos pontos atrás assinalados, se descurou ligeiramente a questão tamanho. Por exemplo quando começaram a aparecer os primeiros glosters com coroas cadentes todos os vencedores procuraram trabalhar as mesmas, o que fez com que outras características fossem menosprezadas, incluindo o tamanho.
Esta tendência para dar pouca importância ao tamanho é um problema bem maior se compararmos a Inglaterra com o resto da Europa, criadores do continente, especialmente da Bélgica, sempre tiveram como prioridade o tamanho. Conseguimos ver ainda hoje que essa preocupação continua, com as recentes alterações COM de alocução de pontos com bastante ênfase para com o tamanho dos glosters. Outra grande diferença é que o sistema COM tem como ideal 11,5 cm, enquanto que na Inglaterra tal não existe no nosso standard, que diz simplesmente “tendency to the diminutive”, frase muito aberta a distintas interpretações.
Tamanho e criar bests in show
Quando tentamos criar glosters para vencer exposições, estamos a tentar produzir uma ave com excelente tipo/forma, isto significa ter uma coroa sem faltas, associado a uma boa queda de pena, redonda e com o tamanho apropriado, associado a um pescoço curto e a um corpo redondo e poderoso. Uma ave com todos estes aspectos é um Gloster fantástico! Contudo é muito mais fácil obter todos estes aspectos numa ave maior uma vez que podemos usar plumagens longas e curtas para aumentar cabeça, largura de pescoço e corpo nos nossos casais. È fácil de ver quanto é fácil obter tipo/forma numa ave maior ao analisarmos aves de exposição como por exemplo o Crested ou mesmo o Norwich, bons exemplares destas raças têm cabeças, coroas e pescoços que ultrapassam em muito o que obtemos no gloster, no entanto, tal só é conseguido num conjunto geral maior. Na realidade o que torna difícil a criação do nosso gloster é o facto de tentarmos ter tipo/forma numa ave pequena. Neste aspecto só alguns criadores experientes conseguem produzir glosters pequenos mantendo o tipo/forma e cabeça que todos amamos.
No entanto se permitirmos que aves maiores vençam shows, estamos a fazer com que criação de aves vencedoras seja mais fácil, e de certa forma não estamos a valorizar a habilidade e destreza de certos criadores em combinar tipo/forma num tamanho pequeno.
Se concordamos que é no pequeno tamanho que reside o desafio de criar bons glosters então temos de dar o mérito a esses criadores nas exposições.
Um gloster que seja curto desde o bico à cauda automaticamente parece melhor que uma ave cumprida, isto porque ao ser curto faz com que este pareça mais compacto fazendo com que corpo e pescoço pareçam melhor, mais compactos. No entanto é essencial que seja curtos por natureza, existe uma longa e indistinguível historia à volta de criadores de gloster devido a cortarem caudas de forma a parecem mais
curtos. Esta prática é .... uma falta, tal como um centro da coroa deslocado à frente. Ao cortar a cauda o criador está a admitir que não conseguiu combinar tipo/forma e tamanho o suficiente, logo ao cortar a cauda está a tentar bater um colega que produziu uma ave melhor sem recurso a artifícios.
É importante que os juízes tenham a coragem de desclassificar aves que tenham caudas alteradas e mostrar claramente a razão de desclassificação da ave, se o juiz não tomar tal atitude então criadores honestos podem desistir de criar glosters ou começarem também a fazer batota.
O Futuro
No ultimo ano em Inglaterra a mensagem era para que aves grandes vencessem cada vez menos exposições. No entanto, continuam a haver demasiadas aves grandes a bater pequenos glosters que estão mais próximos daquilo que deveríamos procurar na raça. Existem também criadores noutros continentes e na Europa que estão a ficar preocupados com o aumento do tamanho dos glosters nas exposições.
Países como Portugal e Espanha onde a criação do gloster aumentou rapidamente em popularidade são os criadores do futuro, com muitas e excelentes aves criadas que levaram o Gloster para outros níveis. Seria excelente se estes criadores estudassem alguns dos erros cometidos pelos criadores Ingleses nos últimos 40 anos de forma a poderem evitar alguns problemas que possam surgir nos próximos 40 anos.
Rob Wright
Reprodução do artigo publicado na revista o Gloster nº12
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