Exclusiva do canário, a mutação intenso reveste-se de aspectos de extraordinária raridade e de grande interesse cientifíco. É geneticamente dominante e sub-letal, provavelmente com um aspecto de expressiva variabilidade, e compreende o antigimento pelo lipocromo da ponta da pena, cujas bárbulas são mais curtas. A expressão lipocrômica é muito forte e a forma do corpo é mais leve e esbelta.
O gene responsável por esta mutação é pleiotrópico, ou seja ele influencia várias características do portador. Nos sujeitos homozigotos, as características se exaltam, reduzindo o seu tamanho, com plumagem muito curta e fortíssima expressão do lipocromo.
Existem fortes variações de um indivíduo para outro, podendo ser mais ou menos evidentes os resíduos de nevadismo. Nos machos, a atuação do fator intenso é geralmente mais forte.
Um fenômeno excepcionalmente notável, que permanece sem explicação e que nunca havia acontecido anteriormente, é o fato da categoria nevado (forma ancestral) precisar de cruzamento misto com a mutação intenso. Efetivamente, o sucessivo cruzamento entre nevados é desaconselhado, uma vez que se obtêm todos os filhotes nevados, normalmente de má qualidade, com nevadismo excessivo que pode estender-se às zonas "de eleição", com carência de lipocromo e, por fim, tendência à plumagem muito abundante. Em caso de repetidos cruzamentos entre exemplares nevados, essas características negativas tendem a aumentar.
Na natureza, os canários se reproduzem sempre entre exemplares nevados sem qualquer problema, mesmo porque não há intensos. No entanto, em cativeiro, o mesmo tipo de cruzamento produz os resultados negativos acima citados. Por outro lado, o acasalamento entre exemplares intensos e nevados permite o nascimento de nevados de boa qualidade e equilibrados. Em todas as espécies criadas em cativeiro, a regra geral é que maiores serão o equilíbrio e a vitalidade dos filhotes quanto mais fortes forem as características presentes do tipo ancestral. É realmente difícil explicar esta exceção nos canários!
Infelizmente são poucos os que se aprofundam no problema. Na minha opinião, provavelmente o fenômeno é uma conseqüência induzida pela mutação intenso, que pode ser capaz de induzir outras mutações e de modificar, mesmo que não de forma evidente a própria forma genética.
Um outro problema a ser considerado é por que os nevados resultantes do cruzamento entre intensos e nevados são bons. Acredito que possa ocorrer um fenômeno semelhante ao da heterogênese não transmissível. Os nevados obtidos de acasalamentos entre dois exemplares intensos, nascidos na probabilidade de 25% dos filhotes, geralmente apresentam uma situação de excesso que os faz semelhantes aos obtidos através de cruzamnetos puros. Por outro lado, usando uma fêmea intensa com um macho nevado, obtêm-se em geral, apenas como uma tendênmcia, resultados ligeiramente melhores que os obtidos quando se usam uma fêmea nevada com um macho intenso. A regra é válida tanto para os filhotes intensos quanto para os nevados. Os intensos tendem a apresentar uma melhor intensidade de cor, e os nevados, um ótimo equilíbrio e bom nevadismo.
Marcus, seria muito bom se vc fizesse uma tag "dicionário" e que nessa tag fosse colocados pequenos artigos que explicassem os jargões usados nos textos como: "sub-letal", "lipocrômico", "homozigoto" e sempre que aparecer estas expressões nos textos... é bom linká-las aos artigos do dicionário. Assim vc facilita que pessoas que podem estar começando o interesse no assunto, mas é inibido com textos de muitos jargões.
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