terça-feira, 27 de março de 2012

Siglas dos Clubes filiados à FOB

As imagens abaixo foram extraídas de uma página do Anuário da FOB e apresenta a lista dos clubes ativos filiados em 2012 com as respectivas siglas



Identificação nas anilhas FOB

Essas são as informações que constam nas anilhas FOB:



Sigla da FOB; Código do Criador; Ano de nascimento do pássaro; Sigla do clube, Número do Anel 

quarta-feira, 21 de março de 2012

Aquisições

Essas fotos são das minhas recentes aquisições, vindos do plantel do amigo Jorge Batista

sexta-feira, 9 de março de 2012

Ácaro da traquéia - O Fantasma dos Criadores de Canários

Nomes estranhos como Sternostoma tracheacolum, mais comum, Cytodites nodus ou Psittanyssua e mais uns 30 nomes esquisitos como estes, não assustam tanto o criador de canários quanto ouvir o simples apelido "ácaro de traquéia". Estes são alguns dos tipos desse verdadeiro fantasma para os canaricultores do Brasil e do mundo.

O ácaro de traquéia encontra-se no meio ambiente, alimentando-se de detritos e poeira. Instala-se oportunamente nas vias respiratórias das aves, podendo atacar a traquéia, sacos aéreos, pulmões e até mesmo ossos pneumáticos. Esses ácaros provocam lesões inflamatórias no trato respiratório, provocando irritação e perda da "voz", e em casos extremos pode ocorrer morte por asfixia devido a alta infestação.

O tratamento de eleição para controlar esses ácaros é o uso da ivermectina, administrada de 15 em 15 dias até sanar o problema. Tomar cuidado com a época de aplicação e período de recesso na reprodução, para sucesso no tratamento.

Esses períodos devem ser analisados e determinados pelo veterinário responsável pelo plantel, de acordo com a espécie, condições nutricionais e fisiológicas da ave.

Ao se necropsiar uma ave parasitada por ácaros, encontra-se um quadro de intensa irritação do trato respiratório (pontinhos pretos) desde a traquéia até os pulmões. Essa irritação provoca dificuldade respiratória, queda no sistema imunológico e uma conseqüente instalação de patologias, secundárias (Mycoplasma, bactérias, vírus, fungos) que geralmente são a causa das mortes nas aves. Muitas vezes, mesmo matando o ácaro, as cicatrizes das lesões não permitem uma total recuperação da "voz", e em outros casos não se observam seqüelas.

Levando-se em conta a grande extensão do sistema respiratório das aves, a cronificação dessas infecções secundárias pode tornar-se um problema de difícil solução por atingir os sacos aéreos que estão distribuídos por todo corpo. É fundamental que o veterinário diagnostique e trate essas infecções para evitar a morte do animal.

Esse é o maior erro de todos os criadores, achar que o ácaro é um problema isolado enquanto ele apenas abre portas para infecções mais sérias. A ivermectina apenas mata o ácaro, enquanto a infecção secundária deve receber a terapia específica.

Qualquer terapia não deixa de ser mais um estresse para o animal, de onde devemos concluir que a prevenção continua sendo a melhor via de sucesso na criação. Isto não significa o uso de medicamentos para a prevenção que é praticamente um crime, e sim, cuidados de manejo como alimentação balanceada e contínua (sem mudanças bruscas), ausência de correntes de vento, evitar levantar poeira no criadouro (varrições) e outras formas de estresse conhecidas pelo criador.

Com uma prevenção cuidadosa e a detecção imediata das mais discretas alterações, o fantasma torna-se o que na verdade sempre foi : Nada.

Rodrigo Silva Miguel
médico veterinário (CRMV SP 10.552)
Criador de Aves Ornamentais

quinta-feira, 8 de março de 2012

Ácaros, piolhos e o uso da Ivermectina

[...]
Os ectoparasitas, nas aves, se subdividem em dois grandes grupos de importância: piolhos e sarnas. E os carrapatos?! Também pertence aos ácaros, mas para nós aqui hoje em pássaros não possui muita importância. Esses piolhos e ácaros são subdivididos em chupadores (sangue) ou mastigadores (pena).

Sabendo-se disso vamos entender como funciona a ivermectina. Esta deve ser absorvida pelo organismo seja de forma tópica, oral ou outra via e ser metabolizada no fígado tornando-se ativa. Ela age efetivamente causando uma "paralisia muscular" do parasita e este acaba morrendo de inanição na maioria das vezes. Então já cai a primeira lenda: não adianta usar ivermectina direto em cima do parasita em questão, pois tem que ser metabolizado no fígado da ave.

A segunda lenda é que, como a maioria dos ectoparasitas nas aves são mastigadores, o produto não fará efeito pois a ave esta comendo penas e o não terá contato com o produto. Então meus amigos usar ivermectina e ainda mais de forma indiscriminada para ectoparasitas há grandes chances de errar. E por outro lado vermifugar a ave com o produto vocês já viram na edição passada que é desperdício de tempo e dinheiro.

Vejo milhares de pessoas usando 1 gotinha de ivermectina na coxa ou no bico ou o que é pior, veterinários repetindo e propagando o erro em suas consultas dizendo que estão vermifugando a ave ou que é profilaxia para piolhos... e o pior que as pessoas acreditam e chega ao ponto da pessoa falar que você não vermifugou a ave dela na consulta... putz aí é o fim da picada aí essa pessoa merece ganhar a coletânea da Revista Pássaros para ler e fazer uma lavagem cerebral de conhecimento.

Hoje existem produtos veterinários a base de ivermectina que possui as suas indicações, mas vejo tanta pessoa usar errado aí depois reclama que intoxicou ou que o produto é ruim. O problema está quando e onde usar. Essa é a grande questão. O exemplo clássico é sempre assim: minha ave está se coçando e já usei 1 gotinha na coxa e já usei o produto veterinário e ela continua se coçando e arrancando penas.
A resposta é simples: usar gotinha na coxa não é dosagem e nem terapêutica, isso é curandeirismo e não medicina veterinária preventiva. Segunda: mesmo que tenha usado o medicamento veterinário indicado para aves, registrado tudo certinho, com certeza fez subdosagem. O produto é claro, é 1 gota para 5g de peso da ave. A pessoa quer fazer 3 gotas num Trinca Ferro... aí fica difícil. No mínimo ele vai pesar 70g, o que daria 14 gotas do produto em contato direto com a pele. Outro erro: muita gente não afasta as penas para administrar o produto corretamente. O produto é bom, mas não sabem usar. E por fim, se você fez tudo certo ficará triste agora: a ivermectina não possui ação sobre ectoparasitas malófagos (mastigadores)... ahhh... que triste... eu sei é um choque para todas as pessoas.

Ahh... antes que me esqueça, usar spray mata barata para acabar com piolhos também é pajelança e das brabas mesmo. Eu não sei o que leva uma pessoa a usar um produto que mata barata na sua ave de estimação! Podia usar na cabeça do filho também né!? Depois dessa proponho ate uma pausa para retomar o ar...

Aí sua ave continua se coçando; daí já evolui para automutilação e piora tudo. Outro exemplo é a ave que coça o olho no poleiro. Com quase toda certeza está com sarna. "... Mas o Dr. lá falou que era conjuntivite no meu curió". Pode até ser, mas a causa primária foi pela sarna. Os sinais são claros: irritabilidade, coceira, emagrecimento, etc.

Quando falo muitas vezes para a pessoa que a ave possui piolho ou ácaro ela tira o poleiro e bate no papel branco. Todos já fizeram isso. Todos querem ver o danadinho! Mas neste caso de bater o poleiro só vera piolhos vermelhos que chupam sangue das aves. Nesse sim, a ivermectina fará efeito, assim como nos ácaros que parasitam as vias aéreas principalmente de canários. Mas nem tudo é isso e muitas vezes devem ter uma Micoplasmose associada e cura não é total. Não é tão difícil de uma ave possuir piolhos vermelhos, mas é mais comum quando tem ninho e podem levar a morte rapidamente os filhotinhos.

Então Dr. Felipe, qual o melhor produto ou o mais indicado para esses piolhos ou ácaros que mastigam penas. Logicamente tem que ser um produto por contato. Que mate o ectoparasita quando entra em contato diretamente. Temos hoje produtos em pó ou líquidos. Eu particularmente não uso os produtos em pó pelo risco da ave esfregar o olho nas penas e ingestão do produto. Além do mais você fazer na clinica é uma coisa. A pessoa fazer em casa é totalmente diferente. A pessoa não consegue manusear a calopsita tão bem quanto você e ainda mais colocar produto em pó?! Com certeza vai uma pitada no olho.

Eu prefiro os produtos líquidos, pois além de penetrar facilmente as penas e encharcar rapidamente a ave pode pegar nas mucosas que nada irá acontecer com a ave. Irritabilidade são raras pelo produto. O detalhe é fazer isso em dias quentes e secar a sombra ou ao sol dependendo do produto. Hoje existem produtos naturais muito bons, porém estes devem ser feitos por mais tempo e em intervalos menores de administração. E jamais esquecer que dependendo da espécie mais de 90% dos ectoparasitas está nas instalações do criadouro e gaiola, outro erro crucial.

Toda ave é susceptível a piolhos e ácaros. A melhor maneira de evitar é profilaxia e controle. As mesmas coisas que comentamos sempre: quarentena de aves novas; exames rotineiros e ter um acompanhamento de um profissional especializado.

Dr Felipe Bath, veterinário especializado em pássaros

Meus comentários e conclusões:

  1. Uso da ivermectina não é eficiente para todos os ectoparasitas, mas somente para os chupadores. Então para tratamento de piolhos ou ácaros que mastigam penas, é recomensado usar outro produto, como Kill Red
  2. O uso mais recomendado da ivermectina é para ácaros na traquéia e piolhos vemelho chupadores de sangue.
  3. O meio de aplicação correta é por contato com a pele, baseado na posologia indicada na bula.
  4. A forma mais indicada para administrar ivermectina nos pássaros é através do Allax, cuja posologia é 1 gota a cada 5 gramas de peso vivo, aplicado na parte de trás do pescoço, por baixo das penas (na pele).
  5. Portanto não é recomensado usar Ivomec pra gado ou ovinos, pelo risco da superdosagem.

quarta-feira, 7 de março de 2012

Tamanho e história do gloster

 O pequeno tamanho no gloster sempre foi um aspecto importante ao longo da história de criação deste canário. Inclusive a grande razão para a criação da raça gloster durante o ano de 1920 foi a de produzir um pequeno canário com coroa. Esta foi a razão que levou a fundadora do gloster, Mrs Rogerson, conhecida criadora de Gloucestershire em Inglaterra, a seleccionar tal ave, este não apreciava de todo o tamanho exagerado do canário Crested, e começou a sua busca por um canário pequeno coroado.

Assim o pequeno tamanho tornou-se a linha mestra de selecção para Mrs Rogerson, e deveria ser também o principal aspecto de selecção dos restantes criadores que seguem os seus passos. Podemos assim dizer que é o tamanho do gloster que o distingue do canário Norwich ou Crested e se isto não for tido em conta não existe razão para separarmos este das raças anteriormente citadas.

Nos tempos modernos o tamanho tem sido um dos tópicos mais controversos entre os criadores de glosters. Quando falamos de tamanho, falamos do comprimento desde o bico até à ponta da cauda, no gloster deve ser o mais curto possível, mantendo o corpo, a forma pois actualmente buscamos um canário potente. Durante os últimos 40 anos um grande número de criadores de glosters, fizeram grandes melhorias na criação, surgiram as coroas redondas, longas e com poucas falhas, melhorouse a cor e a qualidade da plumagem e mais recentemente corpos redondos que dão ao gloster uma distinta e particular forma. No entanto durante este período de rápida evolução, houve períodos em que a raça para evoluir nos pontos atrás assinalados, se descurou ligeiramente a questão tamanho. Por exemplo quando começaram a aparecer os primeiros glosters com coroas cadentes todos os vencedores procuraram trabalhar as mesmas, o que fez com que outras características fossem menosprezadas, incluindo o tamanho.

Esta tendência para dar pouca importância ao tamanho é um problema bem maior se compararmos a Inglaterra com o resto da Europa, criadores do continente, especialmente da Bélgica, sempre tiveram como prioridade o tamanho. Conseguimos ver ainda hoje que essa preocupação continua, com as recentes alterações COM de alocução de pontos com bastante ênfase para com o tamanho dos glosters. Outra grande diferença é que o sistema COM tem como ideal 11,5 cm, enquanto que na Inglaterra tal não existe no nosso standard, que diz simplesmente “tendency to the diminutive”, frase muito aberta a distintas  interpretações.

Tamanho e criar bests in show

Quando tentamos criar glosters para vencer exposições, estamos a tentar produzir uma ave com excelente tipo/forma, isto significa ter uma coroa sem faltas, associado a uma boa queda de pena, redonda e com o tamanho apropriado, associado a um pescoço curto e a um corpo redondo e poderoso. Uma ave com todos estes aspectos é um Gloster fantástico! Contudo é muito mais fácil obter todos estes aspectos numa ave maior uma vez que podemos usar plumagens longas e curtas para aumentar cabeça, largura de pescoço e corpo nos nossos casais. È fácil de ver quanto é fácil obter tipo/forma numa ave maior ao analisarmos aves de exposição como por exemplo o Crested ou mesmo o Norwich, bons exemplares destas raças têm cabeças, coroas e pescoços que ultrapassam em muito o que obtemos no gloster, no entanto, tal só é conseguido num conjunto geral maior. Na realidade o que torna difícil a criação do nosso gloster é o facto de tentarmos ter tipo/forma numa ave pequena. Neste aspecto só alguns criadores experientes conseguem produzir glosters pequenos mantendo o tipo/forma e cabeça que todos amamos.

No entanto se permitirmos que aves maiores vençam shows, estamos a fazer com que criação de aves vencedoras seja mais fácil, e de certa forma não estamos a valorizar a habilidade e destreza de certos criadores em combinar tipo/forma num tamanho pequeno.

Se concordamos que é no pequeno tamanho que reside o desafio de criar bons glosters então temos de dar o mérito a esses criadores nas exposições.

Um gloster que seja curto desde o bico à cauda automaticamente parece melhor que uma ave cumprida, isto porque ao ser curto faz com que este pareça mais compacto fazendo com que corpo e pescoço  pareçam melhor, mais compactos. No entanto é essencial que seja curtos por natureza, existe uma longa e indistinguível historia à volta de criadores de gloster devido a cortarem caudas de forma a parecem mais
curtos. Esta prática é .... uma falta, tal como um centro da coroa deslocado à frente. Ao cortar a cauda o criador está a admitir que não conseguiu combinar tipo/forma e tamanho o suficiente, logo ao cortar a cauda está a tentar bater um colega que produziu uma ave melhor sem recurso a artifícios.

É importante que os juízes tenham a coragem de desclassificar aves que tenham caudas alteradas e mostrar claramente a razão de desclassificação da ave, se o juiz não tomar tal atitude então criadores honestos podem desistir de criar glosters ou começarem também a fazer batota.

O Futuro

No ultimo ano em Inglaterra a mensagem era para que aves grandes vencessem cada vez menos exposições. No entanto, continuam a haver demasiadas aves grandes a bater pequenos glosters que estão mais próximos daquilo que deveríamos procurar na raça. Existem também criadores noutros continentes e na Europa que estão a ficar preocupados com o aumento do tamanho dos glosters nas exposições.

Países como Portugal e Espanha onde a criação do gloster aumentou rapidamente em popularidade são os criadores do futuro, com muitas e excelentes aves criadas que levaram o Gloster para outros níveis. Seria excelente se estes criadores estudassem alguns dos erros cometidos pelos criadores Ingleses nos últimos 40 anos de forma a poderem evitar alguns problemas que possam surgir nos próximos 40 anos.

Rob Wright
Reprodução do artigo publicado na revista o Gloster nº12

O Fator Topete


O fator do topete é uma mutação ocorrida no canário, cuja origem remonta haja 257 anos. Seu surgimento deu-se na canaricultura de porte na Inglaterra. No século XIX tomou-se muito popular e apreciado não só na Inglaterra como também em vários outros paises onde a canaricultura estava em desenvolvimento.

Mesmo tendo surgido em canário de maior porte, o mais popular canário da atualidade que possui este ornamento é o Gloster muito embora a sua origem possa ser considerada recente, em se comparando ao tempo que a mutação apareceu. O Gloster foi apresentado com um padrão oficial pela primeira vez em 1925, portanto há apenas 77 anos, o que vai uma longa distância em relação aos 257 anos do surgimento da mutação.

O fator do topete, além de ser uma mutação é também um produto final de posterior seleção genética, o fator do topete não é um caso inusitado. Tem aparecido em outras aves sendo o caso mais comum o dos periquitos ondulados.

O topete é um caráter dominante. Desta forma com um exemplar possuidor do topete, pode se obter tanto em machos ou fêmeas na primeira descendência.

Não se deve acasalar dois exemplares possuidores de topete, pois o mesmo em dose dupla é letal ou parcialmente letal. Acasalando dois exemplares assim, os que nascem sem o topete, são pássaros normais. Os que chegam a nascer e que possuem topete, dificilmente vingam, e se conseguirem atingir a idade adulta, a conformação do seu topete será fatalmente defeituosa, com penas revoltas, falhas no centro e sobretudo apresentará falta de plumas na parte anterior do topete. Para a conformação de um bom topete é importante que as penas sejam relativamente soltas, não devendo no caso ser efetuado nenhum acasalamento com dois pássaros de plumagem intensa, o que acarretaria um endurecimento do topete e a natural dificuldade no assentamento do mesmo.

Raças de porte que possuem topete e suas pontuações nos julgamentos: Gloster-20, Fiorino-15, Padovano-15, Lancashire-30, Topete Alemão-25, Crested-45.

Nas raças acima o topete é a parte fundamental, em geral as penas do topete são abundantes e se irradiam de um ponto central no meio do topo da cabeça cobrindo o bico e os olhos.

Devemos observar que cada raça, acima citada possui um topete característico, como devemos verificar no Manual do Julgamento. Contudo o topete dá um requisito muito especial na beleza e formação do pássaro, o visual é verdadeiramente magnífico.

Que este sirva de incentivo aos novos criadores para criarem estes exemplares, enriquecendo assim a sua criação com lindos e exóticos pássaros.

Revista CPCCF Junho/2004

sexta-feira, 2 de março de 2012

Vídeo - O Fife Fancy

Dicas sobre formação de uma linhagem


Não acredito que seja possível ter sucesso na criação de canários de qualquer raça sem a formação de uma linhagem própria baseada em pássaros de ótima qualidade, por isso tenho lido muito e pesquisado sobre cruzamentos in-breeding, além de genérica básica aplicada aos pássaros.

Abaixo sumarizo algumas lições que aprendi com criadores de longa data de Gloster que escreveram este artigo:
http://www.glosters-usa.com/inbreeding.htm

1. Iniciar a criação com os melhores canários que se puder adquirir.
2. Será preciso ter ótimos coronas e ótimos consortes. O Gloster é UMA raça, que possui pássaros com e sem topete. Não dá pra ter uma linhagem somente com topete ou somente sem topete.
3. Qualidade é melhor que quantidade. Por isso não cruzar canários que tenham características indesejáveis.
4. Não manter uma ave apenas porque é da linhagem (família), ao menos que possuam todas as boas características que os outros membros da linhagem portem.
5. Você precisará inserir novos pássaros, com cautela. até ter uma linhagem com a genética desejada. Não dá pra tentar melhorar o padrão somente com cruzamentos cosanguíneos se a família não tiver todas as qualidades que você quer alcançar.
6. Cruzar sempre linha clara com linha escura afim de manter a qualidade das penas.
7. Cruzar consorte com consorte não produzirá bons coronas. Bons coronas devem ter uma cabeça larga, redonda em todos os pontos com boa subida para o centro do crânio.

quinta-feira, 1 de março de 2012

Introdução a genética e aplicação na canaricultura

Gregor Johann Mendel

Princípios Gerais

Não se pretende neste documento fazer um estudo exaustivo sobre a genética dos seres vivos, nomeadamente das aves. O meu objectivo é o de apresentar alguns conceitos e termos fundamentais sobre esta matéria e que possa ajudar o criador no seu hobby. No entanto, aconselho que após esta leitura o leitor possa aprofundar os seus conhecimentos nesta matéria.


Características dos Seres Vivos

Com a excepção dos gémeos idênticos, que possuem a mesma composição genética, todos os seres humanos, diferem geneticamente uns dos outros. Desta forma, podemos afirmar que não existem seres vivos que sejam exactamente iguais em termos genéticos. Existe sempre alguma característica que é única e que faz com que determinado indivíduo se distinga dos outros. Mesmo que existam dois ou mais seres que possuam as mesmas características para determinados traços, nunca serão exactamente iguais em todas as características que os compõem.

Até à pouco tempo, a maioria dos criadores escolhiam os seus planteis para criação baseados apenas nas características visíveis, dando pouca importância à constituição genéticas dos mesmos. Estes criadores, que apenas utilizem estas técnicas, acabam em alguns casos também por trazer bons resultados, no entanto, através de muitas experiências e erros. Sendo que em muitos casos os bons resultados são esporádicos e não se manifestam na homogeneidade do seu plantel. Por vezes, conseguem criar campeões, mas com a mesma frequência obtém exemplares cujas características não os permitem sequer ir a exposições. Só após uma vida de esforço, sucesso, insucesso, experiências e erros é que conseguem alcançar um resultado satisfatório e obter um plantel com consistência.

Os criadores de animais que conseguem produzir esse padrão consistente, seja este um “bom” ou “mau” padrão, estão a criar exemplares geneticamente puros.

É importante quando falamos de genética começar a distinguir características hereditárias das características ambientais. Um criador pode ter um excelente exemplar, com as características geneticamente desejadas e puras, no entanto, se este não tiver as condições ambientais adequadas para que essas características genéticas se possam manifestar, de nada servem. Desta forma, as características genéticas são aquelas que são herdadas dos seus progenitores e as ambientais as que resultam das condicionantes do meio que os rodeia e que podem condicionar as genéticas. Por exemplo, se um determinado animal tiver perdido uma pata, não significa que seja não seja geneticamente interessante e que não possa originar excelentes exemplares. O que é importante reter é que o criador deve proporcionar as suas aves/animais o meio ambiente adequado para que estas possam criar e crescer de uma forma saudável. Problemas como uma alimentação incorrecta, falta de minerais, falta de limpeza, humidade, etc., podem não deixar que os animais “cresçam geneticamente” como deveriam.

Genética

Neste artigo já se aplicou a palavra “genética” por algumas vezes. Mas afinal o que significa este termo e para que serve?

Daqui em diante os exemplos que forem dados serão dados relativos a aves, nomeadamente aos canários, embora os conceitos se apliquem de uma forma geral a todos os seres vivos. Quando se faz um acasalamento entre as aves, existem dois elementos essenciais que irão dar origem aos filhotes: o Óvulo e o espermatozóide. O óvulo e o espermatozóide, contribuem através do macho e da fêmea, para a composição dos novos indivíduos. São estes elementos combinados que são a fonte dos traços e das características únicas dos embriões. Mais especificamente, a informação genética que determina a composição final de uma nova criatura encontra-se “armazeanada” em centenas de genes situados nos cromossomas existentes em cada célula viva.

Como já foi referido, não se pretende fazer uma descrição técnica desta ciência e falar em detalhe dos termos, conceitos e técnicas complexas, mas sim apresentar os conceitos básicos que ajudem o canaricultor. Resumindo, pelo menos o leitor deverá assimilar e compreender o significado dos termos dominante e recessivo e os conceitos associados de Homozigoto e Heterozigoto.

Para compreender os processos da hereditariedade, existem dois conceitos a ter em consideração:
  • Qualquer criatura é uma combinação mosaica única e composta de diversos traços ou características que são herdadas.
  • Os melhores exemplares para criação possuem uma alto grau de pureza genética para as características desejadas/ideais.

Principais defeitos do Fife Fancy